São Paulo, domingo, 5 de março de 1995
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A receita veio antes do negócio

SÉRGIO DÁVILA

O discreto Gianni Grisendi, 42, é presidente da Parmalat no Brasil e comanda daqui a multinacional do leite na América Latina, China e África de Sul. À testa de uma empresa que faturou US$ 750 milhões em 1994, o italiano é homem de negócios austero. E gosta de cozinhar. É quando despe o paletó de cores sempre escuras, arregaça as mangas da camisa monogramada e, avental posto, voa à pequena Traversetolo, no norte da Itália, onde nasceu. Ali, forjou o senso gastronômico ajudando o pai em sua fábrica de queijo. Ou observando a mãe, dona Bruna, 73, até hoje adepta de fazer em casa a massa que vai consumir, munida do pau de macarrão ancestral. Mais solto e falante ao apurar o sabor de um molho no fogão que em situações terno-e-gravata, Grisendi integra o seleto Clube de Babette, 24 sócios-homens que se reúnem a cada 15 dias para trocar receitas e, claro, cozinhar. "Mulheres são admitidas uma vez ao ano", diz. Com ambas as credenciais, o empresário-cozinheiro sentiu falta de um produto em seus 19 anos de Brasil: "O mascarpone, queijo de paladar excepcional". Para quem não sabe, a iguaria é uma espécie de prima rica do creme de leite, mais suave, mais leve. Ganhou fama por ser matéria-prima da sobremesa tiramissu, mas vale mais: vai bem com massas, risotos, verduras etc. Instado pelo restaurateur Rogério Fasano, Grisendi pôs sua equipe a fazer testes e, em prazo recorde, logrou produzir o delicado e inédito artigo, que chega ao mercado este mês. É comer e crer.

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