São Paulo, domingo, 5 de março de 1995
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AVIS RARA

MARIA ESTER MARTINHO

Se hoje seu poder de realização deixa pouca margem à gracinha —"Sou uma pessoa reconhecidamente capaz, não tem espaço para bater"—, sua figura até a ajudou a se impor em uma seara de machos. "Profissionalmente, o fato de ser muito andrógina ajudou no começo. Gerou curiosidade", diz. Além da aparência, o trunfo se desdobra: "Para dirigir, você tem que ser firme, impor ritmo, controlar. Eu tenho isso, mas tenho também um enfoque feminino no lidar com as pessoas".
A carreira vencedora começou cedo, por desejo de independência. Aos 15 anos, fazia cartuns para a "Folha da Manhã" de Porto Alegre. Mexeu com desenho animado e chegou à publicidade: foi assistente de produção, guiou Kombi, trabalhou em agência. Com 24, dirigia campanhas para a filial gaúcha da Linx Filmes. "Minha formação em cinema foi na prática, mas vinha gente aprender comigo", conta. "Aí que eu falei, está todo mundo louco, vou embora daqui".
Decidida a morar nos EUA, passou em São Paulo para mostrar seu vídeo "Beijo Ardente - Overdose", história de vampiros ambientada no Gasômetro de Porto Alegre. Ganhou prêmio no 1º Videobrasil, vieram convites.
Ficou para "quebrar pedra" —fazer "filmezinhos pequenininhos, com um cenarinho e um ator dizendo um texto". Nenhum problema: propaganda é seu tubo de ensaio. "Pelo menos estava exercitando o ofício, falando de luz, de câmera, falando com ator."

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