São Paulo, domingo, 5 de março de 1995
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Atrizes da Globo faturam no desfile de São Paulo

ARMANDO ANTENORE

ARMANDO ANTENORE; RICARDO VALLADARES
DA REPORTAGEM LOCAL

No Carnaval de São Paulo, a alegria tem preço. Custa pelo menos R$ 9.800. Foi o que os organizadores dos desfiles paulistanos gastaram para incluir sete atrizes da Globo entre os vips do Sambódromo.
Patrícia de Sabrit, Tássia Camargo, Alexia Deschamps, Bianca Byington, Denise Milfont, Dira Paes e Danielle Winits passaram quatro horas sob o baticum da Rosas de Ouro, X-9, Gaviões da Fiel e outras escolas do Grupo Especial.
As moças chegaram juntas à festa no sábado retrasado, pouco antes da meia-noite. Com exceção de Patrícia, que mora em São Paulo, todas vinham do Rio de Janeiro.
Logo que pisaram no Sambódromo, já sabiam o que fazer. Teriam, primeiro, que perambular pelo camarote de dois andares onde se amontoavam os quase 500 convidados da prefeitura. Depois, se quisessem, poderiam descer à avenida.
Valia tudo desde que não perdessem a "compostura" nem esquecessem o "alto-astral" —a distribuição de sorrisos e tchauzinhos, o samba no pé, as frases superlativas.
Quando a noite terminou, cada atriz recebeu R$ 1.400. Patrícia de Sabrit voltou para casa. As outras dormiram no Sheraton Mofarrej, hotel cinco estrelas da zona oeste paulistana.
"As meninas dão brilho à folia. São rostos bonitos e famosos que ajudam a aumentar o interesse pelos desfiles de São Paulo", explica José Antonio Medeiros Cunha, vice-presidente do Anhembi Turismo e Eventos. A empresa, que tem a prefeitura como principal acionista, organiza o Carnaval da cidade.
Cunha afirma que os patrocinadores da festa —em especial, a Colgate— bancaram o cachê das atrizes. "O Anhembi só fez o contato com a Globo. Pedimos entre oito e 12 moças, sem sugerir nomes. A emissora mandou as que ainda tinham agenda livre."
"Já estava pensando em dar uma passadinha no Sambódromo. Iria de qualquer maneira porque adoro Carnaval. Se resolveram me pagar, melhor", diz Patrícia de Sabrit, 19.
Nem todas as atrizes, porém, tratam o assunto com a mesma desenvoltura. "Receber? Não, não recebi nada", garantiu Danielle Winits, 22, quando a Folha lhe perguntou sobre o cachê. Informada de que o próprio Anhembi admitia o pagamento, se espantou: "Ué, pensei que não era para contar."

Colaborou RICARDO VALLADARES, do "Notícias Populares"

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