São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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ACM desiste de convocar ministro a depor sobre 'caixa 2' em embaixadas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) desistiu de convocar o ministro Luiz Felipe Lampreia (Relações Exteriores) para depor sobre a existência de um "caixa dois" nas embaixadas brasileiras.
Magalhães, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, disse que em vez da convocação mandaria ontem um pedido de esclarecimentos a Lampreia. A resposta pode ser por escrito.
Há suspeita de que algumas embaixadas vendem no câmbio paralelo os dólares que recebem para seu custeio. A diferença —que chega a cem vezes— seria desviada ou utilizada em gastos não contabilizados nas embaixadas.
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) recebeu uma lista de 20 embaixadas que fariam esta transação. Entre elas, estão as embaixadas no Paraguai, China, Polônia, Rússia, Marrocos e Irã.
O embaixador no Panamá, Mauro Couto, foi afastado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso sob suspeita de embolsar a diferença de câmbio quando era embaixador no Iraque, em 90. O Itamaraty investiga o caso. Um das embaixadas suspeitas de manter "caixa dois", a da Venezuela, foi auditada em 93 pelo ministro Adhemar Ghisi, do TCU (Tribunal de Contas da União), que não encontrou irregularidades.
Exceto por esta viagem, as auditorias que o TCU realizou no exterior nos últimos oito anos excluíram cidades do Terceiro Mundo e do Leste Europeu, onde estão todas as embaixadas suspeitas de terem "caixa dois".

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