São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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Prefeitura fecha clube Pinheiros

ALESSANDRA BLANCO; DANIELA FALCÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Esporte Clube Pinheiros (zona oeste) foi interditado ontem em blitz conjunta da Semab (Secretaria de Abastecimento) e da Sehab (Secretaria de Habitação) por falta de higiene e segurança.
O Pinheiros tem 40 mil sócios e é frequentado por políticos e empresários, como Abílio Diniz (do grupo Pão de Açúcar) e Antônio Angarita (secretario de governo de Mário Covas). O clube é um dos mais antigos e tradicionais da cidade (veja quadro ao lado).
A diretoria do clube considerou a interdição "exagerada" e disse que as reformas serão feitas em poucos dias (leia texto abaixo). Nas cozinhas dos restaurantes foram encontradas baratas sobre os alimentos que estavam sendo preparados.
O gerente dos restaurantes, Pascoalino Ruffato, foi preso em flagrante devido à presença de 77,8 kg de alimentos impróprios nas dependências do clube. Para ser liberado, Ruffato pagou fiança de R$ 2,5 mil.
Foram aplicadas multas no valor de R$ 2.517,00. Os restaurantes desobedeciam 15 das 21 regras do Código de Higiene Sanitária.

Pára-raios
Os fiscais da Sehab encontraram o sistema de pára-raios e de proteção contra incêndio inoperante. Os quadros de força estavam sem proteção, as instalações elétricas sobrecarregadas e não havia brigada de incêndio, nem alarme.
"Fiquei chocado com o que vi. O quadro de força perto da piscina estava sem tampa, qualquer criança que chegasse poderia levar um choque sério e morrer", disse Carlos Alberto Venturelli, diretor do Contru (Departamento de Uso e Controle de Imóveis), órgão da Sehab responsável pela blitz.
A falta de conservação dos pára-raios também assustou Venturelli. "Se cair um raio perto da piscina, vai acontecer uma tregédia".
Segundo o diretor do Contru, a maior parte dos pára-raios está danificada, com cabos cortados. Os que estão funcionando não são suficientes para proteger toda a área do clube.
O sistema de proteção contra incêndio também estava em condições precárias. Os hidrantes não funcionavam e os extintores de incêndio estavam vencidos.
Venturelli disse ainda que as instalações elétricas do clube eram precárias e foram feitas sem critérios técnicos.

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