São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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Ganho multiplicado; Quem ganha; Mercado futuro; Pressão relativa; Como dantes; Em família; Vôo alto; Para compensar; Contra as mudanças

Ganho multiplicado
Joseph Tutundjian, da associação das tradings, diz que exportadores ganharam duplamente: à desvalorização do real somou-se a queda do dólar no exterior.

Quem ganha
Tutundjian diz que os mais beneficiados são os que exportam para a Europa e o Japão. Os dois mercados absorvem quase 30% dos produtos brasileiros.

Mercado futuro
Alberto Furuguem, ex-diretor do BC, acha que a resposta da balança comercial ao câmbio se dá em quatro meses. E depende de restrições monetárias e fiscais.

Pressão relativa
Para Furuguem, o efeito inflacionário não será proporcional à desvalorização. Os importados têm elevada margem de comercialização que, com a contenção da demanda, pode ser reduzida.

Como dantes
Há rumores no mercado de que na semana passada um funcionário do governo teria adiantado a dirigentes de um banco de São Paulo as mudanças cambiais.

Em família
A instituição teria passado a operar firme no mercado futuro de dólar. O mercado comenta que um parente do funcionário tem participação no banco privilegiado.

Vôo alto
A Rolls-Royce, fabricante de motor de avião, anuncia hoje alta no lucro em 1994. Prevê-se alta de 25%, para US$ 150 milhões.

Para compensar
José Eduardo Nascimento, da Apeop, sugere que se inclua no decreto 1.411, que visa o barateamento de obras públicas, artigos que obriguem o governo a pagar em dia e garantam a atualização mensal dos preços contratuais.

Contra as mudanças
Marcos Sant'Anna, da CBIC, afirma que alterações contratuais produzidas pelo Real constituem violência aos contratos.

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