São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Chow quer dominar o mundo

MARCELO REZENDE
DA REDAÇÃO

Se existe algo em comum, além das artes marciais, unindo Bruce Lee, Jackie Chan ou qualquer outro astro do cinema de Hong Kong, é o produtor Raymond Chow.
Ele é o produtor responsável pelas maiores bilheterias do cinema comercial chinês.
Sócio dos estúdios Golden Harvest —uma das maiores produtoras do mundo—, que redefiniram o cinema popular com produções que se aproximavam do cinema ocidental, menos por sua temática e mais por sua feitura, Chow trabalhou também com o "velho sistema", nos estúdios Shaw Brothers durante dez anos.
Mas foi com a invenção de uma política de valorização dos atores —oferecendo a eles participação nos lucros— que os negócios de Chow se expandiram.
O surgimento de sua lenda como um produtor incapaz de trabalhar em um fracasso, surgiu a partir do sucesso de Bruce Lee como o grande ídolo do cinema da ilha.
Lee é considerado por Chow mais que apenas um ídolo pop criado nos anos 60. Para ele, o ator ajudou a estabelecer as fundações da sociedade moderna de uma pequena China ocidental.
Quando perguntado qual o futuro reservado ao seu país em 1997, quando Hong Kong voltará a pertencer à China comunista, Chow imagina que será o tempo da retirada.
Quanto à sua Golden Harvest ele possui uma certeza: ela permanecerá.
E para isso se preocupa em lidar com o mercado que mais avança —o vídeo—, que serve para manter ao mesmo tempo a tradição (é o caminho utilizado para o jovem conhecer o cinema do passado) e a conquista de novos mercados pelo mundo afora. Com Chow o cinema de Hong Kong definiu sua vocação internacional. (MR)

Texto Anterior: Jackie Chan é novo cult no Ocidente
Próximo Texto: Hui é homem das mil faces
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.