São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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Caça a suvenires iguala classes do avião

LUCIANA VEIT
DA REPORTAGEM LOCAL

Pode ser na primeira classe ou na econômica. Na hora de levar um suvenir do avião, os passageiros se igualam. Talheres e mantas são os itens mais cobiçados pelos viajantes que não se contentam com as revistas de bordo.
Na British, os fones de ouvido, assim como os talheres, são procurados em todas as classes. Já na primeira, onde os passageiros têm monitores individuais de videocassete, as fitas eram o artigo mais furtado. Até que o empréstimo passou a ser controlado.
Art Meinke, gerente de aeroporto da United Arlines no Brasil, conta que recentemente uma senhora devolveu uma colher de prata que furtou de um vôo há 25 anos. A passageira contou que nos vôos seguintes passou a sentir complexo de culpa.
Na Air France, as mantas de pura lã causam frisson na primeira classe. Monique Chveid, relações públicas da empresa, lembra o caso de uma passageira que desceu em Paris com a manta amarrada como uma saia. "Ficou muito chique e ninguém reclamou ", diz Chveid.
As companhias são unânimes em afirmar que fazem vista grossa para os pequenos furtos. Apenas o roubo de salva-vidas pode receber advertência. Mas, mesmo que não seja punido, é o cliente que acaba perdendo, já que as perdas com furtos são compensadas no preço das passagens.
Algumas medidas preventivas também são tomadas. Nas mantas da Air France, por exemplo, uma etiqueta grande adverte que é de propriedade da empresa.
Em quase todas as companhias, é comum recolher os fones de ouvido antes do pouso. Os perfumes por sua vez, não têm tampa para dificultar o transporte. Mesmo assim, os passageiros desenvolveram rolhas de papel ou levam um frasco para despejar o líquido.
Cálices e coletes salva-vidas estão entre os itens mais furtados na Transbrasil.
Nas companhias regionais a situação não é diferente. Cabeçotes (tecido que cobre o assento na altura da cabeça) e cinzeiros são surrupiados nos vôos da TAM e da Pantanal.
"É comum encontrar passageiros que pedem uma segunda bandeja dizendo que ainda não receberam ou que a primeira estava incompleta", diz Joara Barbie Serafim, chefe das comissárias da Pantanal.

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