São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 1995
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Presidente recebe pedidos de parlamentares

JOMAR MORAIS; LUCIO VAZ; GABRIELA WOLTHERS; SILVANA FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ontem, em seu primeiro dia como articulador político de seu governo, Fernando Henrique Cardoso recebeu 20 parlamentares e ouviu pedidos de pontes, estradas, casas populares, liberação de vistos e pelo menos um cargo público (veja quadro ao lado).
O presidente prometeu estudar as solicitações de cada um e pediu a todos apoio para a aprovação da reforma constitucional proposta pelo governo. Os pedidos serão enviados aos ministérios.
FHC passou a receber pessoalmente os parlamentares para suprir a falta de um coordenador político do governo. A estratégia de atender os congressistas no varejo copia modelo seguido pelos ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor de Mello e Itamar Franco. FHC prometia manter uma relação "institucional" com os partidos.
O presidente pediu a alguns dos visitantes uma avaliação do relacionamento Executivo-Congresso.
O deputado Vadão Gomes (PP-SP) sugeriu que os ministros compareçam mais ao Congresso e abram espaço aos parlamentares em suas agendas. Em resposta, o presidente disse que recomendará aos ministros uma relação mais próxima com o Legislativo.
Os parlamentares aguardavam há muito tempo pelas audiências. Marcelo Barbieri (PMDB-SP) ficou dois meses na lista de espera. O presidente cedeu à pressão após sofrer derrotas no Congresso.
O atraso de uma hora na agenda superlotou a ante-sala da Presidência. Os congressistas levaram prefeitos e deputados estaduais. A maioria das audiências durou de 15 minutos.
Com um gravador na mão, o deputado estadual e radialista Paulo Serrano (PSDB-GO) aproveitou para gravar uma mensagem de FHC aos agricultores do município de Itumbiara (GO). Ele acompanhou o deputado federal Jovair Arantes (PSDB-GO).
O deputado Leonel Pavan (PDT-SC) entregou um abaixo-assinado com 40 assinaturas de deputados estaduais pedindo a manutenção de Walmor de Luca na presidência da Telesc (Cia. de Telecomunicações de Santa Catarina).
Apesar de integrar um partido de oposição, Pavan disse que vai estudar as propostas de reforma constitucional: "Não quero ser oposição por oposição".
FHC decidiu aguardar a repercussão das audiências para decidir se nomeia um articulador político para atender os parlamentares.
"O presidente quer ver, através desses primeiros contatos, o momento, a conveniência, e eventualmente o nome que ele vier a escolher para essa função", disse ontem o porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral.
O porta-voz negou que o próprio FHC assuma essa função, já que decidiu reservar todas as terças-feiras para essa tarefa.
Ontem, mais um nome surgiu como alternativa para cuidar do relacionamento do dia-dia entre o Planalto e o Legislativo. É o do deputado Roberto Brant (PTB-MG). Brant é ligado ao ex-governador mineiro Hélio Garcia (PTB). O PSDB, no entanto, trabalha para indicar algum tucano para o cargo.
(Jomar Morais, Lucio Vaz, Gabriela Wolthers e Silvana de Freitas)

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