São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 1995
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Secretário diz achar normal polícia ter ficado de fora de tiroteio no Rio

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

O porta-voz da Secretaria da Segurança do Rio, coronel PM Lenine de Freitas, considerou normal as polícias Civil e Militar não terem procurado interromper o tiroteio entre traficantes na Vila do João (zona norte), na madrugada de segunda. Oito morreram.
A guerra foi gerada pela invasão da Vila João por homens da quadrilha de um traficante de nome "Odir". Eles lutavam pela posse de pontos de vendas de drogas que pertenceriam a um traficante conhecido como "Kito" .
Ontem à tarde, policiais civis foram à Vila do João e, após um tiroteio, prenderam um homem que estava em um Monza roubado. A polícia já havia prendido dois homens que teriam participado do tiroteio. Ambos estão feridos. Um deles, Daniel ou Ezequiel dos Santos (ele utiliza os dois nomes), prestou depoimento ontem na 21ª DP, em Bonsucesso (zona norte).
Segundo Lenine de Freitas, uma ação sem planejamento da polícia poderia gerar riscos para a população. "Pelo que se sabe, no tiroteio só morreram bandidos. Não desejamos que isto ocorra, mas pior seria se moradores também tivessem sido mortos", disse.
Operação
Uma pessoa morreu e duas foram presas durante uma operação dos Batalhões de Choque e de Operações Especiais da PM ontem, no conjunto Antares, em Santa Cruz (zona norte do Rio).
O conjunto vai ficar ocupado por tempo indeterminado, informou a Secretaria da Segurança. O objetivo é prender traficantes e apreender armas ou drogas.
O morto foi identificado como Wellington Silva Moreira, 16. Segundo a polícia, ele trocou tiros com os policiais e foi ferido. Até as 18h, não foi informada qualquer apreensão de drogas. Foi no conjunto que traficantes destruíram três ônibus semana passada.

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