São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 1995
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Zelador que quis pular de prédio se enforca na cela

VANDECK SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O zelador Edmílson Joaquim do Nascimento, 33, foi encontrado morto anteontem à noite na cadeia do morro Alto do Pascoal (zona norte de Recife). Ele estava com uma camisa em volta do pescoço e pendurado em uma viga da cela.
O secretário da Segurança Pública de Pernambuco, Antônio Morais, afirmou que Nascimento se suicidou.
Na manhã de anteontem, Nascimento subiu no topo de um prédio de 18 andares, de onde ameaçou se jogar. Após quatro horas no parapeito do prédio, ele atendeu aos apelos dos bombeiros e desistiu de cometer suicídio.
Na madrugada de anteontem, ele teria assassinado a mulher, Maria Clara Nunes, 23, com golpes de facão no pescoço, segundo a polícia.
À noite, ele estava na cadeia do Alto do Pascoal, onde iria prestar depoimento e, em seguida, ser transferido para o presídio Aníbal Bruno.
O delegado Almeida Garrett disse que o zelador estava nu e sozinho na cela.
"O que aconteceu foi um acidente. Nós o deixamos nu exatamente para evitar qualquer possibilidade de suicídio, mas ele puxou uma camisa que estava pendurada ao lado de sua cela e enforcou-se com ela", afirmou o delegado à Agência Folha.
A mãe do zelador, Marinete Dias do Nascimento, 54, estava na cadeia quando o corpo do filho foi encontrado. Ela não foi localizada ontem pela Agência Folha para comentar o suposto suicídio.
O delegado Garret disse que o zelador havia confessado o crime da mulher Clara Nunes e dito que o teria cometido por ciúmes. "Ele encontrou na agenda da mulher um rascunho de uma carta dela para o amante."
Na texto encontrado na agenda, Nunes se dirigia ao suposto amante tratando-o de "meu amor" e dizendo que o adorava.
Nascimento e sua mulher tinham três filhas, uma de oito meses, uma de 2 anos e outra de 6.

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