São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 1995
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Polícia prende dono de concessionária

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia de São Paulo prendeu em flagrante ontem de manhã o empresário Luiz Paulo Brito Izzo, 55, acusado de fazer propaganda enganosa.
O empresário é proprietário da rede de concessionárias Izzo, que revende carros da BMW e da Toyota. Essa é a sétima ação da polícia contra empresas do setor nos últimos 25 dias.
Izzo negou a acusação. "Estou estarrecido com a postura do delegado, que abusou de sua autoridade", afirmou o empresário.
O delegado João Antônio Miziara Filho, 44, do Decon (Departamento de Polícia do Consumidor), disse que o empresário não terá direito a pagar fiança para responder ao inquérito em liberdade. "Ele ficará preso por ter sido condenado a um ano e nove meses de prisão por irregularidades em loteamentos imobiliários." Izzo disse que seus advogados estão recorrendo dessa condenação.
A acusação contra a Izzo foi feita pela professora Pilar Gini, 44, e seu marido, o engenheiro químico Walter Gini, 44. O casal comprou uma perua Toyota Corolla em novembro de 94 por US$ 32,6 mil na Izzo da avenida Europa, nos Jardins (zona oeste de São Paulo).
"Paguei 40% do carro adiantado", disse Pilar. O carro seria entregue em março. Segundo ela, o veículo não deveria ter toca-fitas. "Isso me foi dito na hora da compra, por isso, comprei um CD."
No último dia 10, a professora, o marido e a filha de 14 anos do casal foram à concessionária pagar e retirar o carro.
"Lá, disseram que o veículo teria um aumento de US$ 1.800 no preço." Segundo ela, Izzo disse que o motivo do acréscimo era o aumento de imposto, a variação no câmbio e o fato de o carro ter vindo com toca-fitas do Japão.
"Não queríamos o toca-fitas. Ele (Izzo) disse que sem o rádio não compraríamos o carro", disse Pilar, que pagou a Corolla com aumento e a recebeu ontem. "O consumidor sabia que teria que pagar esses aumentos", afirmou Izzo.

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