São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 1995
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Jovens cobram R$ 20 em SP

CLAUDIO JULIO TOGNOLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Human Rights Watch sustenta que os menores prostituídos no Brasil "contam com a cumplicidade das polícias locais e com a ausência de ações legais do sistema judicial contra os responsáveis".
Não é muito difícil de se encontrar este tipo de prostituição nas grandes cidades, mesmo à luz do dia. Na tarde de ontem, a Folha flagrou um grupo de meninas menores de idade que se prostituíam por R$ 20,00 na rua General Couto de Magalhães, na Luz (centro).
A. H., 17, revela que é prostituta desde os 14, quando fugiu de casa porque "apanhava muito" dos pais. J.F, que completa 18 anos no próximo mês, chega a ter dez "fregueses" por dia e fatura até R$ 2.000,00 por mês. "Mas acabo torrando todo o dinheiro com crack (mistura de bicarbonato de sódio com pasta de cocaína)", diz a menor. "Não pretendo sair disso tão rápido", prevê a menina.
Relatórios como o divulgado pela Human Rights Watch têm peso na política internacional e podem comprometer a chamada "imagem" do Brasil no exterior, sobretudo nas votações de questões de política e economia nas assembléias da ONU (Organização das Nações Unidas).

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