São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 1995
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Salinas não quer asilo, dizem EUA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O porta-voz da Casa Branca, Michael McCurry, negou ontem que o ex-presidente do México Carlos Salinas tenha pedido asilo político aos Estados Unidos.
Rumores sobre um possível pedido de asilo circularam ontem em Washington e no México. Salinas embarcou para os EUA no sábado.
McCurry confirmou que o ex-presidente mexicano entrou nos EUA por Brownsville (Texas).
O escritório de Salinas no México divulgou nota segundo a qual ele está em Nova York em viagem de negócios e que a estenderá a outros países.
McCurry disse que a viagem do ex-presidente é particular e não há motivos para ela ser acompanhada pelo governo: "Ele não está sob investigação nem é procurado. Ele é livre para fazer o que quiser".
A Universidade de Harvard negou ontem que " neste momento" haja qualquer acerto para Salinas ser contratado como docente.
A Dow Jones, que edita o " The Wall Street Journal", disse que esta semana não há reunião de sua diretoria. Salinas foi eleito para a diretoria da Dow Jones em janeiro.
Salinas, 46, deixou o México acompanhado da mulher, Cecilia, e dos três filhos do casal.
Jornais norte-americanos e mexicanos especulam que sua saída do país faz parte de acordo com o atual presidente, Ernesto Zedillo.
Zedillo e Salinas têm se acusado reciprocamente pela crise econômica no México, que começou no final de dezembro.
Zapatistas
O governo mexicano determinou ontem a retirada de " todos os postos militares" da zona de conflito com os rebeldes zapatistas, no Estado de Chiapas (sul).
Também foram revogadas as ordens de prisão contra os dirigentes zapatistas, que estavam em vigor desde 9 de fevereiro.
Segundo o Ministério do Interior, o objetivo é facilitar as negociações com o EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional).
No último dia 7, o Congresso mexicano aprovou a Lei para a Conciliação de Chiapas, que estabelece as bases para o diálogo com os guerrilheiros.
Um dos pontos que impedia o início do diálogo entre o governo e os zapatistas era a presença dos militares na região —cuja retirada era exigida pelos guerrilheiros.
O Ministério do Interior afirmou que as medidas do governo visam propiciar ambiente de diálogo.

Com agências internacionais

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