São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 1995
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CUT pode chamar greve geral para combater reformas constitucionais

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, está avaliando a possibilidade de convocar uma greve geral para combater as reformas que considera prejudiciais aos trabalhadores.
Vicentinho conversou ontem por duas horas com o presidente Fernando Henrique Cardoso, no Palácio do Planalto, mas considerou o diálogo pouco produtivo.
Reunidos em Brasília, Vicentinho e outros líderes da CUT lançaram a "Campanha Nacional em Defesa dos Direitos dos Trabalhadores e da Cidadania contra as Reformas Neoliberais de FHC".
A greve geral não faz parte do calendário oficial de mobilizações, pois sua realização dependerá da reação dos sindicatos à proposta.
A principal bandeira dos sindicalistas é a defesa do atual modelo previdenciário. A CUT é contra o fim das aposentadorias por tempo de serviço e das aposentadorias especiais para determinadas categorias, como a dos professores.
"Queremos apenas o fim das aposentadorias privilegiadas para deputados e juízes", disse Vicentinho. "Na prática, os professores enfrentam um dupla jornada e merecem se aposentar mais cedo".
Também há consenso em relação à defesa dos monopólios estatais e da estabilidade no emprego para os servidores. A grande maioria dos sindicatos ligados ao setor público é filiada à CUT.
Vicentinho se recusou a dar uma nota para o governo FHC. "Ainda é cedo para uma avaliação, mas o fato é que o presidente começou muito mal", afirmou.

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