São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 1995
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Mugler faz a maior festa fashion

Sashey, Chanté! O desfile-celebração de Thierry Mugler, ontem à noite, ofereceu praticamente tudo que se espera do mundo moda. Roupas bem feitas, tecidos sofisticados e originais, paixão, sexo, elegância, seriedade no fazer e pura diversão na apresentação.
Para Mugler, neve artificial, fumaça, todas as tops do mundo, go-go boys, clubbers, travecas, atrizes de hoje e ontem mais James Brown (ao vivo) foi pouco.
Foi uma hora de desfile, o dobro de um desfile normal, dos grandes, por aqui. E olha que de normal esse desfile não teve nada. Armado num circo, com passarela labiríntica redonda, a festa de Mugler levou até a primeira-dama Danielle Mitterrand.
Isso na platéia porque na passarela as estrelas incluíam Jerry Hall, Verushka, Patrícia Hearst (!), Rosie di Palma, a top socialite noturna de NY Diane Brill, a atriz de Hitchcoks Tippi Hedren e a brasileira Betty Lago.
Foi Betty aliás, quem fez a primeira entrada de estrela no desfile, além de outras três vezes em que mobilizou sozinha as atenções do público. Jerry Hall, como Claudia Schiffer, parecia uma Barbie.
Ah, as roupas. O vinil e o corpo com cintura marcadíssima foram as bases de boa parte dos looks. Um vinil finíssimo tipo mulher-gato. Teve também elegância retrô em sofisticados e chics vestidos. Algumas modelos como Eva Herzigova lembravam Marilyn Monroe; o make e os cabelos são desde já alguns dos melhores desta temporada.
Os vestidos são tão justos e os saltos tão altos que andar era um desafio. Mas todas elas viviam assim mesmo seus momentos de divas absolutas. Era um clímax atrás do outro. Momento carnaval trouxe plumas, brilhos e lamê dourado; em outro momento um clubber que faria inveja a Johnny Luxo desfilava como um lustre de pérolas. Ao final, chuva de papel rosa clarinho, como pétalas de rosa, sobre todo o espaço do desfile, incluindo a platéia. Inesquecível. Gaultier que me perdoe, mas Mugler é fundamental.

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