São Paulo, sábado, 18 de março de 1995
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Sem ser 'consultado', PFL elogia Richa

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

Lideranças do PFL tentaram disfarçar ontem, em Florianópolis, o descontentamento do partido com a eventual escolha do ex-senador tucano José Richa (PR) para articulador político do governo.
Embora exaltando as qualidades de Richa, Jorge Bornhausen, presidente do PFL, afirmou que o par tido não foi consultado sobre o assunto e lembrou que, "se não fosse o PFL, não teríamos Fernando Henrique presidente".
O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), chegou mesmo a dizer que o articulador tem de ter status de "ministro extraordinário" para fazer a coordenação política.
Inocêncio afirmou que um articulador político para FHC "é importantíssimo". "O presidente não tem condições de tratar de todos os casos, um a um, devendo ficar com as grandes questões nacionais", disse o pefelista.
Para Inocêncio, FHC deve escolher para o cargo um político que tenha "afinidade" com os partidos. Fazia uma referência indireta ao fato de que há uma disputa nos bastidores entre PFL e PSDB pelo controle do governo.
Os pefelistas estiveram em Florianópolis (SC) para o lançamento do projeto "PFL 2000" (leia reportagem a respeito no quadro ac ma).
Inocêncio disse que o vice-presidente da República, Marco Maciel (PFL), que estaria cotado para o cargo, deve ser "preservado para grandes momentos".
Bornhausen também exaltou as qualidades de "articulador" do ex- senador e o classificou de "excelente nome". "O PFL respeita muito o José Richa. Se for indicado e aceitar, será ótimo para o país", afirmou Bornhausen.
Ambos disseram que, com a eventual escolha de Richa, o PFL não perde espaço no governo.
Bornhausen negou a preferência da PFL por Marco Maciel. "Não fomos nem consultados. Como íamos dar a preferência?".
Ele disse que o PFL não é "apegado" a cargos. "Conquistamos o poder pelas urnas. Não estamos preocupados com picuinhas. O presidente escolhe quem quiser e nós o apoiamos", disse.

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