São Paulo, sábado, 18 de março de 1995
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Serra diz que governo não quer recessão

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro do Planejamento, José Serra, disse ontem que o governo Fernando Henrique Cardoso tem compromisso com "quatro nãos": não à recessão, não à permanência de juros reais elevados, não ao corte de investimentos das estatais e não à criação de cotas de importação.
Em discurso para empresários do Rio reunidos na ACRJ (Associação Comercial do Rio de Janeiro), Serra disse sobre o crescimento econômico que o governo pretende apenas reduzir a velocidade de 180 km/hora para "de 80 km a 100 km/hora".
"Não podemos ser coniventes com a economia andando a 180 km/h porque o risco de acidentes nas curvas é muito alto", afirmou Serra.
O ministro disse que a prioridade maior do governo continua sendo "manter a estabilidade dos preços". Ele descarta a volta da recessão porque ela "só agravaria o problema brasileiro".
Sobre os juros elevados Serra disse que eles são para serem utilizados temporariamente no processo de estabilização econômica e que o governo não tem intenção de torná-los permanentes.
O ministro disse também que o governo não pretende estabelecer "cotas generalizadas" de importação. Depois, em entrevista, afirmou que não se cogita o estabelecimento de cotas nem generalizadas nem tópicas, como chegou a ser noticiado esta semana.
O quarto "não" do governo, segundo o ministro, é ao corte de investimentos das estatais. Serra disse que o corte de US$ 3,5 bilhões anunciado em janeiro foi de investimentos que "não estavam bem explicitados".
Segundo o ministro, foi dada às empresas a oportunidade de explicitar melhor os projetos, mas até agora isso não foi feito. Por isso, de acordo com ele, o governo não tem culpa pela não realização dos investimentos.
Serra afirmou que o governo quer que as estatais cortem despesas, mas na área dos chamados "gastos correntes" (despesas com pessoal, por exemplo).

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