São Paulo, sábado, 18 de março de 1995 |
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Supermercados vendem abaixo do esperado
MAURO ZAFALON
As vendas estão sendo afetadas não só pelas medidas do governo —que aumentou os juros, incentivando as aplicações financeiras—, mas também pela perda de fôlego dos próprios consumidores. Sinal disso é o aumento de cheques devolvidos, afirmou Firmino Rodrigues Alves, presidente em exercício da Associação Paulista de Supermercados. Enquanto as vendas perdem ritmo, os preços, aos poucos, ganham novos patamares. As prateleiras dos supermercados começam a mostrar os recentes aumentos repassados pelas indústrias para o setor. Na segunda semana do mês os supermercados reajustaram, em média, seus preços em 0,4%. É a sexta semana consecutiva de alta, acumulando 2,24% no período. Nos hipermercados da capital os reajustes médios foram de 0,24% na semana, após queda de 0,68% na anterior. Os dados são do Datafolha, que pesquisa preços de cem itens nos setores de alimentos, produtos de higiene e limpeza, em 18 supermercados e 18 hipermercados de São Paulo. As maiores altas na semana ficaram para os derivados de leite, que começam a refletir o repasse de 10% das indústrias aos supermercados. Entre 8 e 15 deste mês, os paulistanos pagaram 8% a mais pelo iogurte e pelo requeijão. Alguns supermercados já começam a repassar também os novos preços que receberam das indústrias de massas. O reajuste médio das indústrias foi de 5% e a pesquisa do Datafolha mostrou que os supermercados repassaram, em média, 3,9% na semana. O repasse de 15% nos preços do papel higiênico das indústrias para os supermercados ainda se reflete no varejo. Na semana, o aumento do produto foi de 4,7%. Outra pesquisa do Datafolha, mostrando o comportamento dos alimentos básicos, apurou alta de 0,57% na semana. Tomate, com alta de 11%, e pão francês, com queda de 17%, foram destaques. Texto Anterior: Safra recorde traz prejuízo ao produtor Próximo Texto: Passagem de ônibus vai ter reajuste em junho Índice |
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