São Paulo, sábado, 18 de março de 1995
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Tarifa no Mercosul deve mudar

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Economia argentina, Domingo Cavallo, disse ontem que está negociando com a equipe econômica brasileira um aumento nas alíquotas do Mercosul para diminuir as importações para a região.
Na sua avaliação, os produtos que têm alíquota de importação inferiores a 10% poderíam ter aumentada a taxa em até três pontos percentuais.
Para os produtos que já contam com alíquota superior a 10%, o aumento poderia ser superior a três pontos percentuais.
As alíquotas seriam um barreira adicional para o ingresso de produtos importados de países que não fazem parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai).
"Já conservei com as autoridades brasileiras e estamos chegando a um acordo", diz.
Cavallo disse ainda que a Argentina tem "grande flexibilidade" no que se refere às tarifas aduaneiras de exceção (para países de fora do Mercosul), e que pode aumentá-las a qualquer momento.
Segundo explicou, o principal objetivo da Argentina neste momento é dar um salto na conta de exportações.
Cavallo revelou ontem que as reservas cambiais da Argentina caíram de US$ 16 bilhões em dezembro para menos de US$ 13,5 bilhões em março.
Segundo ele, a queda nas reservas concentrou-se nos últimos 30 dias.
Investimentos
Cavallo disse ainda que, ao contrário do México, os recursos de investidores externos na Argentina têm tido pequena participação na taxa de crescimento do país.
Segundo ele, entre 1991 e 94 os investimentos na Argentina em relação ao PIB aumentaram de 14% para 20%. "Apenas a metade desta diferença foi financiada com recursos de investidores internacionais".
Estes recursos de investidores estrangeiros levaram a Argentina a aumentar seu déficit na conta corrente de zero em 1990 para 3% do PIB em 1994.

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