São Paulo, sábado, 18 de março de 1995
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Pequenos não têm capital

FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os donos de pequenos supermercados estão com pouco dinheiro em caixa para pagar despesas do dia-a-dia.
É que eles investiram muito nos estoques por acreditar que o ritmo de vendas do final de 1994 fosse se manter ao longo do primeiro trimestre deste ano.
"Os estoques dos pequenos supermercados já estão 20% maiores do que o desejado neste mês", afirma Wilson Tanaka, presidente do Sincovaga, que reúne 35 mil pontos-de-venda de alimentos no Estado de São Paulo.
Ele conta que a expectativa do setor era a de faturar diariamente neste mês 10% mais do que em fevereiro. Isso por causa da volta às aulas, em especial.
"Mas isso não aconteceu. Até agora, a receita diária das lojas está igual à de fevereiro e à de janeiro —meses que já foram fracos."
"Estamos recomendando aos supermercadistas que cortem as compras da indústria. É que não vemos sinal de que as vendas vão crescer daqui para frente."
Grandes
Para os grandes supermercados, a demanda está estagnada na cidade de São Paulo desde janeiro. Mas os empresários do setor informam que não acumulam estoques.
Omar Assaf, vice-presidente da Apas (Associação Paulista dos Supermercados), diz que os fornecedores estão mais flexíveis e chegam até a dar descontos.
Sérgio Giorgetti, diretor do Apoio Hiperatacado, conta que os descontos das indústrias para o comércio chegam a 6% nos setores de alimentos e não-alimentos.
"Por isso, as promoções nas lojas já fazem parte do dia-a-dia", afirma Assaf.
A rede de supermercados Sendas intensificou as promoções e descontos depois que viu acumular nos seus armazéns um dia mais de estoque, informa Nelson Sendas, gerente de compras. "Neste mês a empresa espera aumento de 5% nas vendas sobre fevereiro."
(FF e MCh)

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