São Paulo, domingo, 19 de março de 1995
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Salto da dívida deixa músico intrigado

DA REDAÇÃO

Jorge Poulsen, 37, engenheiro de formação que trabalha com tecnologia musical, é um dos milhares de mutuários do SFH preocupados com a evolução do saldo devedor de seu financiamento.
Ele assinou o contrato de financiamento de uma casa em agosto de 92, junto à CEF (Caixa Econômica Federal), após ficar cerca de três anos fazendo depósitos mensais na chamada "caderneta vinculada".
Até julho de 94, segundo ele, prestações e saldo devedor registravam uma evolução equilibrada, na conversão para dólar, URV ou outro índice.
Nos seis meses anteriores ao real, a prestação girava em torno de 350 URVs e o saldo devedor cresceu 2.221 URVs, variação relativamente pequena, segundo ele.
Após o real, a prestação passou a R$ 500 e o saldo cresceu R$ 6.898. A prestação fixa em R$ 500 deve ter novo reajuste em abril.
Poulsen teme que, neste ritmo, acabe ficando com uma dívida superior ao valor da casa. Ele atribui o salto ao fato de a TR subir mais que a inflação.
Ivone Góes de Andrade, gerente de habitação da CEF em São Paulo, diz que a situação do saldo de Poulsen é efeito da chamada Tabela Price, pela qual é programado o financiamento.
Por este sistema, pagam-se mais juros e amortiza-se menos no início. Daí o aumento do saldo (além disso, a prestação ficou fixa após o real). O contrato de Poulsen tem 20 anos e foi assinado em 1992. A partir de cerca da metade do prazo, diz ela, a dívida vai sendo mais amortizada e a parcela dos juros passa a decrescer. Aí o saldo cai.

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