São Paulo, domingo, 19 de março de 1995
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Uso da TR nos contratos provoca polêmica

O país registra há alguns meses inflação relativamente baixa, mas está longe de criar condições para que financiamentos de longo prazo, como os da casa própria, tranquilizem tanto mutuários quanto os bancos e o próprio governo.
Humberto Rocha, diretor da Cammesp (Central de Atendimento aos Moradores e Mutuários do Estado de São Paulo), alerta que a utilização da TR na correção das dívidas acabará provocando uma avalanche de processos, abarrotando o Judiciário.
Gilmar Mangueira da Silva, presidente da Federação das Associações de Mutuários do Estado de São Paulo, lembra que o mutuário deve evitar que o atraso chegue a três prestações, pois isto provoca a execução do débito.
Se a prestação subiu mais que o salário, o mutuário deve procurar o banco e pedir revisão, levando consigo os holerites que comprovem esta discrepância.
A Abecip, que representa os agentes financeiros, recomenda que o mutuário deve levar seu problema ao banco.
A prestação pode ser revista, em caso de o salário ter subido menos, e o próprio contrato pode ser renegociado, com eventual alongamento de prazo para aliviar o custo da prestação atual.
Os agentes financeiros não concordam, entretanto, que a aplicação da TR nos financiamentos seja irregular. Num sistema interligado como o SFH, tanto a poupança (de onde saem os recursos) quanto os financiamentos (que os recebem) devem ter um mesmo índice de atualização.
Quando isto não ocorre, surge uma diferença que alguém tem de pagar. Nos contratos antigos, o rombo chegou à casa dos US$ 20 bilhões e é um dos principais responsáveis pelo fato de os financiamentos do SFH terem encolhido tanto nos últimos anos.
A maior parte do rombo se relaciona ao FGTS, que não obteve o retorno previsto nos créditos.

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