São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 1995
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Maciel defende privatização após reforma constitucional

A idéia é que grupos estrangeiros possam comprar empresas

DA SUCURSAL DO RIO

O vice-presidente da República, Marco Maciel (PFL-PE), defendeu ontem que as estatais de grande porte só sejam colocadas à venda pelo governo após a aprovação de emendas constitucionais que abrem a economia para o capital estrangeiro.
Maciel prevê que as emendas de abertura da economia sejam aprovadas pela Câmara na segunda quinzena de abril e, em maio, pelo Senado.
Segundo o vice-presidente, o governo espera que os congressistas façam alterações no texto das emendas, "mas nada que mude a essência e o principal".
Maciel citou a Companhia Vale do Rio Doce como uma estatal de grande porte que terá o preço elevado se grupos estrangeiros participarem da compra.
As estatais de porte pequeno, segundo ele, podem ser licitadas antes das reformas porque "há empresas brasileiras que podem adquiri-las".
Se as grandes estatais forem vendidas após as mudanças da Ordem Econômica, segundo Maciel, a privatização coincidiria com a reforma patrimonial, uma etapa do ajuste fiscal.
"O governo pretende que o produto da privatização seja aplicado na redução do perfil da dívida", disse o vice-presidente.
Previdência
Maciel afirmou que a reforma previdenciária "está um pouco mais atrasada do que as da área econômica porque o tema é complexo".
O vice-presidente minimizou as manifestações de rua contra as reformas. Segundo ele, as mudanças contam com apoio popular e as manifestações "são de pequeno porte".
"Fazer reformas é sempre um negócio complexo, sobretudo quando há corporações interessadas em manter o 'status quo' ", afirmou Maciel.
Maciel disse que o PFL "não fez e nem fará a indicação" de um articulador político para o presidente Fernando Henrique Cardoso. "O presidente deve ser o principal articulador."

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