São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 1995 |
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Lula e Brizola se unem após 5 anos Eles formarão frente contra reforma AZIZ FILHO
Participarão do encontro, no apartamento de Brizola, em Copacabana (zona sul), o petista Plínio de Arruda Sampaio e o presidente nacional do PDT, Neiva Moreira. Será o primeiro acordo entre os líderes do PT e do PDT desde as eleições de 90, quando os dois partidos tentaram formar uma aliança nacional para disputar os governos estaduais. O PT acabou lançando candidato no Rio, onde Brizola ganhou no primeiro turno. Segundo Neiva Moreira, "será a primeira discussão ampla dos dois partidos sobre uma atuação conjunta". "As nossas divergências históricas se tornaram menores diante da responsabilidade de impedir o que está sendo feito contra o patrimônio nacional", afirmou o presidente do PDT. PMDB Na última sexta-feira, Brizola recebeu no Rio os senadores peemedebistas Pedro Simon (RS) e Roberto Requião (PR). Simon quer convencer Brizola a integrar uma frente de líderes de esquerda para negociar com o presidente Fernando Henrique Cardoso alterações nas emendas à Constituição e diminuir a influência de partidos "conservadores" no governo. Na ocasião, Brizola disse ser "pessimista" em relação a FHC e afirmou ser favorável às manifestações de rua contra as reformas. Os protestos preocupam Pedro Simon e Requião. Após o encontro com os senadores, Brizola disse que sua ação política está menos para uma negociação com FHC e mais para a mobilização popular iniciada pelo PT contra as reformas. As emendas que mais preocupam Brizola são as que acabam com o monopólio estatal do petróleo e das telecomunicações. "Isso é incompatível com os ideais de independência do país, com a República ou com os ideais da revolução de 30", afirmou. O ex-governador quer se juntar ao PT para tentar repetir a mobilização popular de 1984 pelas eleições diretas. "Depois do comício da Candelária, no Rio, começamos a sacudir os galhos da árvore da ditadura", afirmou Brizola. Depois de se encontrar com Lula, Brizola pretende ter um encontro com o governador de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB), com os mesmos objetivos. Na sua avaliação, a "inquietação no seio das Forças Armadas" deverá ser outro obstáculo às reformas. As Forças Armadas, segundo ele, "são o esqueleto que mantém esse corpo gigante (o país) de pé". Texto Anterior: Oposição começa 'arrastão' contra reforma Próximo Texto: Moderados do PT decidem endurecer Índice |
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