São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Partido ficou 'paralisado'

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A disposição de bater mais duro em FHC não esconde o fato de que o governo tucano confundiu o PT. Adesões, a paralisação temporária da "indústria de denúncias" do partido e o sumiço de Lula até a semana passada são provas de que a derrota na eleição presidencial desnorteou a legenda.
No início do ano, Lula anunciou que a prioridade do PT seria disputar politicamente com o governo, com a apresentação de propostas para fazer a contraposição às idéias dos tucanos.
Não deu certo. O partido ficou paralisado nos dois primeiros meses do ano. "É inegável que houve um período demasiado longo de perplexidade", diz Gilberto Carvalho.
A paralisia do partido chegou a irritar Lula, que cobrou insistentemente, nas últimas reuniões, a apresentação de propostas de temas que serão discutidos na reforma constitucional.
No jargão petista, a "produção política de alternativas" só será concretizada no próximo fim-de-semana, na reunião do Diretório Nacional, quando serão apresentadas as propostas do partido para a reforma.
"Os acertos internos no PT são demorados", diz José Genoino para explicar a lentidão para apresentar propostas e deixar de ser apenas o "partido do não" —fase que Lula quer superar.
A "ferida" aberta no partido com a derrota de Lula no primeiro turno e a nova realidade, que obriga os movimentos sindical e social a articularem demandas em época de inflação baixa, são apontadas como razões da hibernação pelo líder da bancada na Câmara, Jaques Wagner. (CEA)

Texto Anterior: Moderados do PT decidem endurecer
Próximo Texto: Presidente descuida de marketing pessoal
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.