São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 1995
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Parlamentares resistem a mudar aposentadoria

DA REDAÇÃO

É na reforma da Previdência que o governo aposta boa parte de suas fichas. É também o tema em que corre o risco de sofrer sua maior derrota.
Sensível ao apelo que o assunto tem junto ao eleitorado, o Congresso parece pouco disposto a mudar as regras atuais —pelo menos não na amplitude desejada pelo governo.
Apenas 34% dos parlamentares (37% do Senado e 34% da Câmara) dizem preferir um sistema alternativo ao que aí está.
Nada menos de 37% (33% no Senado e 38% na Câmara) dizem defender o modelo hoje previsto na Constituição.
As propostas do governo para a aposentadoria ainda não estão plenamente definidas (leia reportagem nesta página).
As alterações e propostas complementares, no entanto, dificilmente conseguirão contemplar o desejo dos parlamentares e responder a contento ao medo que eles têm das urnas.
Só 14% dos parlamentares (15% no Senado e 14% na Câmara) disseram defender uma proposta de aposentadoria que contemple apenas o limite de idade, como o previsto na proposta do governo que seguiu ao Congresso.
O PT, com 61%, e o PDT, com 57%, são os partidos que mais resistem a mudanças no sistema atual. Mas 29% dos petistas e 23% dos pedetistas declararam que vão defender outra fórmula.
O maior defensor da aposentadoria apenas por idade é o PPR: 29% de seus parlamentares disseram ser favoráveis à mudança.
O PMDB, maior partido do Congresso, parece dividido. Dos peemedebistas ouvidos, 38% defendem o sistema atual e 39% pregam outra fórmula.
Regiões
Entre as regiões do país, os maiores defensores das regras atuais estão no Norte e Centro-Oeste.
Os mais favoráveis a modificações são os parlamentares do Nordeste: 35% defendem outra fórmula, contra 30% que são favoráveis ao sistema hoje existente.
É no Nordeste também que está o maior número de parlamentares entusiastas da aposentadoria exclusivamente por idade.

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