São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 1995 |
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Aposentado enfrenta fila, burocracia e valores baixos
ANTONIO ROCHA FILHO
Algumas chegam a esperar dois anos para começar a receber o benefício. O prazo prometido inicialmente é de 45 dias. Segundo o INSS, a maioria dos atrasos é provocada por problemas na documentação. O instituto diz que muitas pessoas apresentam documentação incompleta ou rasurada. Mas o atraso também é causado pelo excesso de pedidos de aposentadoria aliado à pequena quantidade de funcionários nos postos de atendimento, diz o advogado Anníbal Fernandes, 60, consultor em Previdência. Segundo ele, em muitos postos é preciso enfrentar "a má vontade dos funcionários". No Estado de São Paulo, os postos do INSS funcionam de segunda a sexta, das 7h às 13h. Muitos aposentados reclamam do valor inicial do benefício, que acham baixo. Segundo a assessoria de imprensa do INSS, a desinfor mação leva a esse tipo de queixa. A aposentadoria é calculada com base na média dos últimos 36 salários de contribuição. O teto do salário de contribuição é de R$ 582,86. É esse também o valor máximo de uma aposentadoria. Quem ganha um salário acima de R$ 582,86 quando está na ativa só estará contribuindo para a Previdência com uma porcentagem sobre R$ 582,86. Segundo o INSS, na prática, um trabalhador que ganha R$ 582,86 e outro que recebe R$ 3.000,00, por exemplo, terão direito a aposentadorias iguais, de R$ 582,86. Há casos, porém, em que a aposentadoria está errada, diz Anníbal Fernandes, e é possível revê-la. Outra reclamação comum, a de que os benefícios se desvalorizam com o tempo, também decorre de falta de informação, diz Fernandes. Muitos aposentados afirmam que hoje ganham menos do que há dois anos, se o benefício for medido em salários mínimos. "Desde 91, as aposentadorias não estão mais atreladas ao salário mínimo. Os reajustes são feitos pelos índices fixados pelo governo, que achatam o benefício", afirma. Maria Madalena Faria Guaraciaba, 62, espera há 16 meses para receber seu benefício pela primeira vez. Entrou com o pedido em novembro de 93 no posto do INSS da rua Santa Cruz (zona sul). Um mês depois, teve que levar a certidão de óbito do marido e comprovante de residência. Em várias idas ao local, foi informada de que o processo está em análise. "Não pode ter havido mais pro blemas com documentos." Consultado por telefone, o INSS não tinha respondido até sexta à noite. Texto Anterior: AS QUEIXAS MAIS COMUNS EM RELAÇÃO À PREVIDÊNCIA; DICAS PARA EVITAR PROBLEMAS NA HORA DE SE APOSENTAR Próximo Texto: Pai de aluna reprovada questiona a avaliação de escola de inglês Índice |
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