São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 1995
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Falso técnico rouba TVs em bairros nobres

DANIELA FALCÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O golpe do falso técnico em eletrônica voltou a ser aplicado nos bairros nobres de São Paulo. No último mês, pelo menos cinco casas em Pinheiros (zona oeste) tiveram TVs e vídeos roubados.
No golpe, o ladrão finge ser funcionário de lojas que consertam aparelhos eletrônicos, entra em casa, examina o aparelho e termina levando tudo sem deixar pistas.
O golpista age quando só a empregada está em casa. Para entrar, ele se mostra "íntimo" dos proprietários. Geralmente, sabe o nome e profissão dos donos da casa.
"Minha empregada já tinha sido alertada, mas o ladrão sabia meu nome, do meu marido e nossas profissões. Foi tudo muito bem armado", diz a designer Camila Testa, 28, que teve a televisão e o vídeo roubados há 17 dias.
Camila, que mora no Jardim Paulista (zona oeste), saiu para trabalhar e deixou a empregada tomando conta da casa. Quando voltou, vasos de flores enfeitavam o local onde deveriam estar o vídeo e a televisão.
Camila havia sido avisada do golpe pela irmã, a psicóloga Gisela Testa. Na rua de Gisela, em Pinheiros, três famílias foram vítimas do golpe.
Para Camila, o ladrão foi "perfeito". "Ele deu o nome do meu marido na portaria, entrou em casa, desparafusou o vídeo, mexeu na TV e avisou à empregada que ambos estavam queimados."
Segundo ela, o golpista fingiu ligar para seu marido pedindo autorização para poder retirar os aparelhos de casa.
Em geral, os golpistas atacam casais que trabalham fora, moram em casas e têm empregadas.
A psicanalista Leda Codeço Barone, 47, perdeu o videocassete no final do ano passado. Ela mora como o marido, duas filhas e a empregada no Brooklin (zona sul).
O golpista apareceu por volta das 9h30. Só estavam em casa a empregada e a filha mais nova, que ainda dormia.
O falso técnico pediu para ver o videocassete, abriu o aparelho e comentou com a empregada sobre uma suposta interferência da TV a cabo.
Em seguida, pediu os manuais, o controle remoto e avisou que, como o combinado, levaria o vídeo para a oficina.
Leda prestou queixa no 96º DP. Camila preferiu não ir à delegacia. "Não ia adiantar nada", diz.

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