São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 1995
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Economista americano sugere cortar impostos

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O economista norte-americano Arthur Laffer, 54, disse que se o governo brasileiro reduzir "imediata e radicalmente" os impostos no país vai criar uma nova era de prosperidade capaz de dar ao país o mesmo padrão de vida dos EUA em 15 anos.
Ao lado do corte "drástico" de impostos, Laffer sugeriu uma anistia de 90 dias a todos os sonegadores que procurassem as autoridades tributárias para colocar em dia suas dívidas.
Laffer, que integrou o Conselho de Política Econômica do governo Reagan (1981 a 1988), iniciou ontem visita ao Brasil, liderando grupo de investidores dos EUA, administradores de recursos de US$ 200 bilhões em mercados emergentes.
Professor da Universidade de Chicago, Laffer disse que o objetivo da reforma tributária no Brasil deve ser a redução do número de impostos e a ampliação da base da arrecadação. Para ele, a carga tributária das empresas deveria ser de no máximo 15%.
Ele disse que o governo precisa incentivar a economia com uma ampla reforma tributária. Isso seria, disse, um passo importante no combate à pobreza.
"Cada dia que o governo esperar estará jogando fora preciosos e perecíveis recursos humanos", afirmou.
Laffer fez ainda mais duas recomendações ao governo brasileiro: "Não desvalorize mais o real e abra as fronteiras completamente para o livre comércio."
Laffer ficou conhecido nos EUA pela sua participação no governo Reagan. A sua teoria, chamada de "Curva de Laffer", foi a base do "Reaganomics", a política econômica de Reagan.
Segundo a teoria, a redução dos impostos provoca um aumento significativo da receita tributária porque as empresas passam a investir na produção.
Laffer disse que a política econômica do presidente Fernando Henrique "começou muito bem". Segundo o economista, ainda é cedo, porém, para julgar o governo brasileiro.
"Fernando Henrique largou bem em sua maratona, mas é difícil dizer se chegará ao final julgado apenas pelos primeiros 200 metros", disse.

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