São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 1995
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Cursinho da Poli pode ser despejado em 96

DA REPORTAGEM LOCAL

O cursinho da Poli, único gratuito de São Paulo, pode acabar. A direção da Escola Politécnica da USP não vai mais ceder salas para o curso a partir de 96.
O curso atende alunos carentes e é mantido pelo grêmio. Desde 87 ficava no prédio da engenharia civil. No início do ano os coordenadores do curso foram informados de que não poderiam ficar no prédio.
O cursinho mudou-se para o Biênio —onde, durante o dia, assistem aulas alunos dos 1º e 2º anos de engenharia.
Segundo o coordenador do curso, Américo Bello Neto, 34, a comissão que administra o prédio não quer o cursinho lá. "A direção disse que o curso não tinha onde funcionar."
Para garantir o início das aulas, o grêmio assinou um acordo no dia 13 se comprometendo a sair do Biênio em 96.
Até 94, o curso era noturno, de segunda à sexta. Este ano foram criadas aulas aos sábados. Segundo a assessoria da direção da Poli, o grêmio criou a turma sem saber se teria salas.
A assessoria diz que em 96 as salas do Biênio serão usadas à noite e aos sábados.
Marcelo Bernardo, 19, aluno do cursinho, trabalha como auxiliar administrativo e ganha R$ 350,00 por mês. "Não teria condições de pagar um curso", diz. À noite estudam 350 alunos e aos sábados, 260. O curso tem 30% de aprovação na USP.

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