São Paulo, segunda-feira, 3 de abril de 1995
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Leia trechos da fala do presidente

DA REDAÇÃO

Leia a seguir trechos do discurso do presidente Fernando Henrique Cardoso durante encontro com governadores em Manaus.

"Eu não imaginava que fosse possível, em três dias, ter aprendido tanto. Ter sentido tão de perto as vicissitudes e também as esperanças dessa região remota do Brasil -talvez o resto do Brasil é que seja remoto desta região, e aprender a acreditar mais ainda nas nossas possibilidades. (...)"
"Ontem eu tomei um barco, um navio, e subi o rio Negro. E hoje pela manhã passei para outro navio, que é um navio-hospital, e vi a Marinha brasileira irmanada com o nosso esforço de resolver problemas concretos das populações ribeirinhas. (...)"
"A verdade é que talvez seja isso que tenha mais me tocado nessa viagem ao Amazonas: a convicção de que nós precisamos mesmo é de agentes comunitários, agentes de saúde, gente que ensine porque as coisas são simples. Eu perguntava aos médicos que tipo de enfermidade têm: é uma inflação no couro cabeludo, que se cura simplesmente com um pouquinho mais de higiene, é a questão dos dentes, bochechar com flúor. São coisas simples e tão importantes quanto fazermos um investimento de grande porte, que faremos também, mas, como já disse e repito aqui: temos que fazer ao mesmo tempo as duas coisas.(...)"
"O que nós estamos fazendo não são palavras, são coisas concretas. Eu não vim durante a campanha eleitoral, quase não vinha à Amazônia, estive no Pará, estive um pouquinho em Mato Grosso, não fui a Tocantins, não vim ao Amazonas, não fui ao Acre, não fui a Rondônia, não fui ao Amapá. E tive votações acima de 60, 70% nessas regiões. Não votaram em mim como pessoa, seria presunçoso da minha parte, votaram numa esperança para o Brasil, num caminho, que eu no momento simbolizo, e continuo simbolizando, e vou simbolizar, porque esse caminho é do Brasil. Não é o presidente Fernando Henrique, é o Brasil que quer acreditar em si mesmo."
"Termino dizendo que para mim ficou muito fortemente simbolizado pelo que vi. É o povo, e povo que acredita, e povo ao qual a gente quer bem, e que continuo querendo muito bem aqueles que prestam um mínimo de serviço a eles, às vezes menos pelo serviço, que abra uma luz de esperança a ele. Essa é a nossa responsabilidade, governadores. Nós temos que manter essa esperança e para mantê-la viva nós temos que ir palmilhando o caminho com algumas realizações, simples, concretas, diretas, para esse povo perceber que ele realmente é um povo que encontra no nosso país a dignidade de uma condição humana de vida, ou seja, de respeito, que é uma condição que vai nos permitir, como nos permitirá, buscar mais recursos."
"Eu irei aos Estados Unidos este mês e exatamente falarei sobre a Amazônia e todos aqueles que no passado lá fora imaginavam que nós não tivéssemos o cuidado e a atenção pela Amazônia. E eu direi a eles que encontraremos o rumo, que é esse rumo de um desenvolvimento sustentável, que é o que nós vamos fazer com a Amazônia e com o Brasil. Muito obrigado."

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