São Paulo, segunda-feira, 3 de abril de 1995
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O INFERNO ASTRAL DE DOROTHÉA

SERRA - As trombadas de Dorothéa começaram ainda na primeira semana de governo. A ministra discutiu com o colega José Serra (Planejamento) pelo telefone ao saber que ele articulava um nome para coordenar a Câmara de Comércio Exterior.
BALANÇA - Na mesma semana, a assessoria da ministra cometeu uma falha e divulgou que a balança comercial de dezembro havia registrado um déficit de US$ 47 milhões. Depois, soube-se que o rombo tinha sido de US$ 884 milhões.
ALÍQUOTAS - Ela anunciou em 5/02 que o Imposto de Importação (II) dos carros subiria no dia seguinte de 20% para 32%. A medida saiu dias depois. Importadores anteciparam as compras. O déficit da balança foi para US$ 1,09 bilhão em fevereiro.
CRÍTICAS - A mineira Dorothéa foi criticada por empresários e políticos de seu Estado pelo aumento do IPI para os "populares". As críticas diziam que ela favoreceu as montadoras paulistas e prejudicou a Fiat, de Minas Gerais.
IMPORTAÇÕES - A recente elevação do II para carros e eletrodomésticos foi uma decisão dos ministros Serra (Planejamento) e Malan (Fazenda), tomada à revelia de Dorothéa, que teoricamente deveria participar das discussões.
MANCADAS - Ela passou pelo constrangimento de dizer ao presidente da Toyota do Brasil, Tokuji Nagaoka, na quarta-feira passada, que as regras não iriam mudar até o ano 2000. Duas horas depois, o II subia de 32% para 70%. Sua assessoria informou que ela havia mentido para Nagaoka.

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