São Paulo, segunda-feira, 3 de abril de 1995
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Presidente da OAB assume com ataque à reforma

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ataque às teorias neoliberais foi a pedra de toque nos discursos feitos na cerimônia de posse do 29º presidente do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), sábado à noite, no Memorial JK (Juscelino Kubitschek), em Brasília.
O advogado cearense Ernando Uchoa Lima, 62, assumiu o comando da entidade, que representa cerca de 360 mil advogados em todo o país.

Neoliberalismo
Na posse, Uchoa Lima deu o tom do posicionamento que a OAB deve adotar com relação à reforma constitucional pretendida pelo governo FHC.
Ele afirmou que reformas são necessárias, mas "não no modelo do neoliberalismo, que tenderia a agravar as desigualdades, e sim nos moldes da democracia".
Uchoa Lima ressaltou que a OAB estará atenta à "nefasta influência de grupos minoritários e impatrióticos que querem desnacionalizar o país e destruir os direitos e garantias constitucionais conquistados pelo povo".

O Ex
Não menos enfático e nem menos aplaudido pelos de cerca de 350 convidados presentes à solenidade de posse, o presidente que saía, José Roberto Batochio, assegurou que a OAB não poupou esforços para "rechaçar esta invasão desencadeada pelos interesses espúrios, pelos privilégios inaceitáveis e retrógrados do neoliberalismo e pelo verdadeiro corporativismo antidemocrático e arrogante".
O ex-presidente falava do papel da entidade como guardiã da Constituição e do direito democrático e frisou que, durante seu mandato, não permitiu o "sitiamento das inabdicáveis conquistas sociais, que não podem sofrer recuos nem retrocessos".
Estavam presentes à posse, representantes dos três Poderes.
Compensavam a ausência de políticos de peso e membros do primeiro escalão do governo vários ministros de tribunais superiores (TSE, TST, STM) e do Supremo Tribunal Federal (STF), bem como o Procurador Geral da República, Aristides Junqueira.

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