São Paulo, segunda-feira, 3 de abril de 1995
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Avon quer faturar US$ 1 bi este ano

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

A Avon projeta colher este ano seu primeiro bilhão de dólares no país, depois de ter conquistado dupla marca recordista em 1994.
Foi a empresa que mais lançou produtos no mercado nacional (98), segundo a pesquisa da consultoria Indicator. Além disso, realizou seu maior faturamento desde que se instalou no país, em 1959.
Foram US$ 790 milhões, cifra 70% superior à de 1993, graças à comercialização de 215 milhões de unidades -entre as 121 filiais operadas pelo grupo norte-americano, a brasileira responde pelo maior volume de vendas.
A política de lançamentos sucessivos de novos produtos é crucial para a estratégia mercadológica dessa indústria de cosméticos, que se vale de um exército de 400 mil revendedoras e de serviços de telemarketing para alcançar os consumidores.
As novidades funcionam como atrações dos 19 folhetos editados anualmente (tiragem de 1,5 milhão de exemplares cada), distribuídos às revendedoras por 500 promotoras regionais.
Com um terço da receita proveniente das vendas de fragrâncias femininas, a Avon comercializa 700 itens no país. O maior número de inovações, nos últimos dois anos, vêm contemplando as áreas de maquiagem e cuidados para pele.
Campeão de vendas, o Renew, um creme rejuvenescedor lançado no final de 1993, teve 1,5 milhão de unidades comercializadas no ano passado.
Segundo Paulo Volterrini, diretor de marketing, lançamentos em grande número são viabilizados pelas práticas globais da companhia que, sediada em Nova York, só perde em vendas para a Procter & Gamble e a Unilever.
A cada quatro meses executivos das diferentes nacionalidades participam de um "global council" (conselho global), durante o qual são expostas -com antecedência de um ano- as linhas e produtos em desenvolvimento.
É uma grande vitrine na qual cada filial seleciona os produtos mais adequados para os respectivos mercados. Isso não elimina, segundo Volterrini, a possibilidade de adaptações.
"Como no Brasil há demanda por fragrâncias florais, inexistente em escala internacional, desenvolvemos localmente", conta. A operação global não se resume às estratégias de marketing.
Também compreende uma rede de suprimento de matéria-prima. Dois anos atrás as compras passaram a ser centralizadas, o que resultou em economia de custos de US$ 18 milhões, somente em 1994. Concorrências internacionais são coordenadas pela matriz.
A filial mexicana utiliza vidros para envasar seus perfumes procedentes da França e do Brasil. Tampas e outros ingredientes provêm dos EUA.
"Importamos o Renew, pigmentos de cores de maquiagem e exportamos componentes da linha de batons", exemplifica Volterrini. Com vistas ao Mercosul, embalagens e fórmulas de produtos comercializados na região estão sendo padronizadas.

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