São Paulo, segunda-feira, 3 de abril de 1995
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Empresas de catálogos devem faturar mais

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas de catálogo, que intermedeiam a importação pela via postal, já trabalham com a perspectiva de novos clientes e negócios devido ao aumento de 70% das alíquotas de importação de bens de consumo.
Na importação pela via simplificada (Correios), ao contrário da feita através de guias, a alíquota é de 40% para produtos que custam entre US$ 50 e US$ 1.000.
As mercadorias que custam menos do que US$ 50 não pagam impostos. Televisores e videocassetes devem ser importados pelas empresas de catálogos.
"O aumento da alíquota trouxe novo gás para os catálogos", afirma Pio Borges, presidente da Associação Brasileira de Marketing Direto (Abemd).
Borges conta que comprar eletrodomésticos importados pela via postal ficou "muito mais barato" do que adquirí-los nas lojas, que agora pagam a nova alíquota.
A diferença de preços ocorre pela distinção de alíquotas (40% contra 70%) e porque a importação por guias paga IPI e ICMS.
Nos Correios, há a idéia de se cobrar ICMS, mas o imposto ainda não é descontado.
"Já estamos analisando quais produtos terão seus preços competitivos nesta nova regra", diz Walter dos Santos, diretor do Mappin Store Company, que intermedeia a compra por catálogo.
Ele diz que a concorrência dos catálogos será com as empresas nacionais. "Poderemos trazer modelos de TV, videocassete, aparelhos de som e até bicicletas."
Luís Carlos Cruz, diretor da Sommex, outra empresa de catálogos, conta que o aumento das alíquotas trouxe um acréscimo de até 30% nos pedidos na quinta-feira e sexta-feira passadas.
"Os clientes estão querendo garantir que terão o produto sem o aumento da tarifa", diz Cruz.
Como exemplo, ele diz que um forno microondas custa R$ 349,00, colocado no Brasil e uma cafeteira sai por R$ 99,99.
"A idéia é manter a competitividade dos eletrodomésticos importados", afirma.
Henri Robert Mouracade, da Duty Free, diz que estuda quais produtos podem se tornar competitivos no esquema de catálogos.
"Já estamos trazendo ferro de passar roupa e poderemos ampliar a linha de eletrodomésticos", diz.
Borges, da Abemd, afirma que, em alguns casos, os importados podem não ser competitivos em preço com os nacionais.
Para ele, a diferença de preços entre nacionais e importados por catálogos deve chegar a 20%.
Borges afirma ainda que a inserção de eletrodomésticos nos catálogos deverá ser precedida de uma "boa dose de cautela".

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