São Paulo, segunda-feira, 3 de abril de 1995
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Vídeo esportivo promove vendas

HELCIO EMERICH

Momentos clássicos do esporte, de jogos memoráveis ao humor no estilo videocassetada, se transformaram numa fonte de negócios nos EUA, abrindo espaços próprios em programas de TV, nos monitores dos bares e dos circuitos fechados de clubes, hotéis e universidades, nos aparelhos de videocassete domésticos e, como não poderia deixar de ser, nas ações promocionais de dezenas de anunciantes.
Quem saiu na frente, a partir de 1992, para faturar a "videoesportemania" americana foi a Divisão Home Video da ESPSn, editando fitas com sequências de lances curiosos ou engraçados e gravações de partidas inesquecíveis de várias modalidades esportivas para serem usadas como ofertas promocionais pelos anunciantes.
E choveram contratos, como o da Coca-Cola, que lançou a fita "Momentos Divertidos do Esporte" (a US$ 5,90) para quem comprasse uma embalagem multipack do refrigerante em qualquer um dos mil postos de serviço da rede BP (a ação foi apoiada por material promocional como "banners", cartazes nas bombas de gasolina, folhetos etc).
Os sorvetes Sealtest preferiram oferecer vídeos para induzir crianças e adolescentes à prática de esportes, com fitas nas quais os astros Reggie Smith e John Nabor ensinavam fundamentos do beisebol e da natação.
Os pedidos podiam ser feitos por telefone (US$ 6,95 cada fita) e a promoção serviu como teste para um ambicioso projeto de oferta de cassetes vinculada à compra das embalagens de sorvetes, com previsão de vendas girando em torno de 4 milhões de pacotes num período de quatro meses.
A Pennzoil Motor Oil encomendou dois vídeos para distribuição através dos seus revendedores. O primeiro trazia uma seleção de cassetadas esportivas premiadas pela TV americana e o segundo reunia cenas de "Unbeliavable Sports", ambos ancorados por uma das legendas do golfe dos EUA, Arnold Palmer que, por sinal, é contratado da própria Pennzoil como porta-voz da sua área de marketing esportivo.
E a AT&T reforçou o lançamento do seu High Seas Radiotelephone com um home vídeo apresentado pelo comentarista de esportes náuticos da ESPN, Gary Jobson.
A razão para essa explosão do vídeo esportivo como instrumento do marketing promocional não está só na avassaladora penetração dos VCRs em milhões de lares dos EUA, mas também no fascínio que os americanos sentem por tudo o que se relaciona com o esporte. As cenas de um esquiador estatelando-se na neve, que abre o famoso programa "Wide World of Sports", aos domingos na rede ABC, está no ar há 20 anos e continua sendo o momento de maior "recall" do programa.
Comunicologia
Apostando na Fórmula 1, a Peugeot investiu firme numa campanha -excelente, por sinal- em TV e outdoor para reforçar a imagem dos seus carros no Brasil.
Na pista, foi o que se viu: motores fumegando, câmbios estourados e as Jordans/Peugeot deixando Barrichello e Irvine a pé na pista. A comunicação adverte: às vezes, o produto pode ser prejudicial à propaganda.

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