São Paulo, domingo, 9 de abril de 1995
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Exames não trazem riscos para os pacientes

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os exames que utilizam os marcadores radioativos não trazem riscos para os pacientes. A quantidade de radiação emitida durante um exame é da mesma ordem daquela que é liberada em uma sessão de raios X convencionais (uma chapa do pulmão, por exemplo).
A dose das substâncias é bastante inferior à dose que produziria efeitos tóxicos (no caso do tálio, ela chega a ser 500 vezes menor).
A única restrição é que mulheres grávidas e aquelas que estão amamentando não devem fazer esse tipo de exame. Há efeitos da radiação sobre o feto e sobre o recém-nascido.
Crianças pequenas podem usar os marcadores desde que as doses sejam ajustadas à sua idade e peso.

Miocárdio hibernante
Alguns marcadores utilizados pela medicina nuclear auxiliam na identificação do miocárdio hibernante -termo usado pelos médicos para designar uma parte do músculo cardíaco que está "adormecido", mas que pode recuperar sua função.
Esse tecido deixa de trabalhar após um longo período de irrigação inadequada de sangue. O miocárdio que hiberna pode voltar a bater e melhorar o desempenho do coração se for tratado a tempo.
O maior problema é que as técnicas convencionais de diagnóstico por imagem têm grande limitação para localizar esse tecido.
Ele pode ser confundido com áreas de "cicatriz" do miocárdio -tecidos fibrosos que se formam em decorrência de um infarto, não bombeiam sangue, e não têm capacidade de se regenerar.
A medicina nuclear surge como uma alternativa eficaz nessa área. Em alguns centros de medicina nuclear do mundo, a glicose-flúor-18 é o marcador de escolha. No Brasil, essa substância ainda não é utilizada.
(JB)

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