São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 1995 |
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Poluição eleva mortes, diz pesquisa
DA REPORTAGEM LOCAL Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica experimental da Faculdade de Medicina da USP, diz que a restrição à circulação de carros se justifica plenamente "do ponto de vista médico".A relação entre o nível de poluição e a mortalidade é direta, de acordo com Saldiva. O pesquisador analisou dados sobre o nível de poluição atmosférica e o número de óbitos por doenças respiratórias entre a população com mais de 65 anos entre 1991 e 93. Saldiva constatou que, todas as vezes que a curva da poluição sobe, ocorre o mesmo com a curva de óbitos. Curva, no jargão dos cientistas, significa tendência. Portanto, Saldiva comprovou cientificamente que o número de mortes acompanha a mesma tendência da taxa de poluição. A poluição atmosférica causa quatro problemas: irritabilidade, irritação na mucosa do olho e do nariz, doenças respiratórias e cardiovasculares. Plano Real O aumento dos índices de poluição atmosférica em São Paulo tem relação com o real. A relativa estabilidade da economia despejou nas ruas da cidade 300 mil novos veículos. Parte desta frota é composta por carros novos que contam com dispositivos para controlar a emissão de poluentes. A outra parte saiu das garagens. São automóveis velhos e sem nenhum tipo de controle em relação à emissão. Os 10.428 ônibus que circulam na cidade são apontados como os "sabotadores" do ar, porque o diesel é mais poluente do que a gasolina. Texto Anterior: SP quer restringir circulação de carros Próximo Texto: Turista belga é encontrado morto no Rio Índice |
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