São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 1995
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Hunt "vendeu" a imagem de Mandela

Agência foi ameaçada por bombas

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

Cena 1: no meio da noite, o marido acorda a mulher e lhe oferece um copo de água com analgésico efervescente. "Aqui está, meu bem, para sua dor de cabeça." "Mas eu não tenho dor de cabeça", responde a mulher, sonolenta. "Oba", exclama o marido -antes de abraçá-la fogosamente.
Cena 2: um frango caminha enquanto o locutor descreve em "off" as delícias da cadeia de fast-food Nando. "Nossos pedaços de frango são condimentados", diz o locutor. O frango, ressabiado, começa a latir e aperta o passo.
Não são divertidos e surpreendentes os comerciais criados por John Hunt? "A vida é muito curta para sermos medíocres" é o lema desse publicitário sul-africano que ganhou projeção quando sua agência, a Hunt/Lascaris, topou o desafio de fazer a campanha eleitoral que guindou Nelson Mandela à presidência na África do Sul.
"Os telefones da agência foram grampeados e fomos ameaçados por bombas", disse Hunt, ao participar, na semana passada, da 9ª Semana Internacional de Criação Publicitária, promovida pela revista "Propaganda". "Mas valeu a pena. Mandela é um estadista", diz.
Apontada como "agência do ano" em 1993 pela revista "Advertising Age", a Hunt Lascaris emplacou com sutileza campanhas comparativas para a BMW. Essa modalidade de publicidade é vedada no mercado sul-africano.(Nelson Blecher)

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