São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
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França só 'descobriu' os perfumes no séc. 16

EDSON FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem visitar os museus e perfumarias no sul da França (veja endereços no quadro ao lado) pode deixar o país com uma visão parcial da história do perfume.
Apesar da fama que possuem, os franceses só passaram a exercitar a arte de tornar as pessoas mais cheirosas a partir do século 16.
Foi nessa época que Catarina de Médici trouxe da Itália seu perfumista particular.
Descobertas arqueológicas mostram que, muito anos antes do nascimento de Cristo, chineses, egípcios, hindus, cartagineses, gregos e romanos já combatiam o mau odor corpóreo.
A história é recheada de exemplos que comprovam essa tese.
Cleópatra, rainha do Egito entre 51 e 30 a.C., não deixava seu poder de sedução só por conta de sua beleza. Ela usava um perfume à base de lírio, manjerona e feno.
Atraído por esse aroma e por aquele rostinho de Elizabeth Taylor, o imperador Marco Antônio quase entregou o Império Romano ao Egito de bandeja.
Ainda em Roma, o imperador Nero mandava esborrifar uma fragrância sobre seus convidados durante banquetes.
O perfume do imperador que pôs fogo em Roma (em 64 d.C.) chamava-se Telinum e seu aroma lembrava erva-cidreira.
Em 1370, na Hungria, surgiu o primeiro perfume na forma que conhecemos atualmente, ou seja, essências diluídas numa solução com álcool.
Por ordem da rainha Elizabeth da Hungria, alquimistas criaram o perfume que até hoje é conhecido como "água-húngara".
Foi com esse perfume que o rei Henrique 8º da Inglaterra subiu ao altar com a espanhola Catarina de Aragão, ex-mulher de Arthur, seu irmão mais velho.
O perfume não deu muita sorte.
Aquele foi o primeiro de uma série de três casamentos do rei inglês. Henrique 8º voltou a usar "água-húngara" ao casar com Ana Bolena e Jane Seymour.
O mundo árabe não ficou de fora da história do perfume. Foram seus alquimistas que aperfeiçoaram o sistema de destilação. Por meio dele, conseguiram obter o almíscar (substância odorífera de sabor amargo e cor amarelada).

França
Mas, depois que Catarina de Médici levou os perfumes para a França, o país passou a produzir perfumes que, já no século 16, eram sinônimo de excelência.
Além da qualidade, os franceses passaram a descobrir novas essências e combinações inéditas de perfumes.
A variedade era tanta que o rei Luís 15 mandava esborrifar os aposentos reais todos os dias com um perfume diferente.
(EF)

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