São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
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Dicas ajudam a escolher produto correto

NICOLAS MARTIN
ESPECIAL PARA A FOLHA

Antes de tomar o avião para Nice, cujo aeroporto fica a meia hora da cidade de Grasse, algumas informações são essenciais para acabar com os mitos a respeito dos perfumes e sua fabricação.
Antes de entrar nos locais de "degustação" das perfumarias do sul da França é bom saber algumas dicas, válidas também na sua perfumaria predileta no Brasil.
Não cheire um perfume diretamente no frasco ou logo depois de passá-lo no corpo, pois o cheiro que se sente, então, é o do álcool, que vai anestesiar as narinas.
É preciso aguardar cerca de um minuto até o álcool evaporar.
Passado esse tempo, sente-se o aroma das "notas primordiais" do perfume. Essas "notas" são as fragrâncias que exalam aroma imediatamente, mas cujo cheiro geralmente se esvai rápida e completamente. É o caso da alfazema.
Depois de meia hora sente-se o aroma das "notas de fundo", que dão força ao perfume -o almíscar, o âmbar e a cebolinha.
Portanto, para fazer uma boa escolha de perfume é preciso experimentá-lo sobre a própria pele durante um dia inteiro.
A pele de cada pessoa reage de maneira diferente, de modo que determinado perfume fica bom em uma pessoa e não em outra.
O melhor é pedir a opinião de seu parceiro -é difícil sentir nosso próprio cheiro. E, de qualquer maneira, compramos um perfume antes de mais nada para nos ajudar a seduzir.

Grifes
Quando você compra seu perfume favorito -assinado Yves Saint-Laurent, Dior ou Chanel-, está adquirindo um produto industrial que não foi criado por esses grandes nomes da moda.
Tampouco Gabriela Sabatini, Alain Delon ou Paloma Picasso criaram perfumes.
Cada criação é antes de mais nada uma escolha de marketing. E é uma escolha importante, levando-se em conta que perfumes de Yves Saint-Laurent rendem mais do que as roupas da mesma grife.
Assim, a empresa Yves Saint-Laurent, por exemplo, decidiu lançar um novo perfume, destinado a mulheres ativas de 30 anos que gostam de esportes, visando sobretudo o mercado norte-americano.
Esse princípio está presente em diversos laboratórios, cujos nomes são desconhecidos do grande público, e que geralmente pertencem às grandes empresas químicas, como as francesas Hoffman-Laroche ou Sanofi.
Esses laboratórios são equipados para preparar projetos de perfume. A melhor amostra, do ponto de vista dos "narizes" profissionais -como são conhecidos os criadores ou degustadores de perfumes-, é aquela que será escolhida e fabricada com exclusividade pelo laboratório.
São os mesmos laboratórios, muitos dos quais situados em Grasse, que fabricam perfumes para grifes até rivais como Dior ou Kenzo, Armani ou Guy Laroche.
Os perfumes atuais são feitos quase exclusivamente a partir de produtos químicos.
Alguns aproveitam as possibilidades da química para reproduzir fragrâncias naturais como as de rosa, jasmim ou almíscar.
Outros, menos comprometidos com os aromas naturais, são criados inteiramente em laboratório.
Os hábitos de utilização de perfumes diferem segundo o país.
As americanas e brasileiras, por exemplo, gostam de perfumes adocicados e picantes, que duram o dia todo. As francesas ou japonesas, diferentemente, preferem perfumes mais ácidos, que não duram mais de uma ou duas horas.

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