São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 1995
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Líderes vão para prisão de segurança máxima

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O CRP (Centro de Reeducação Penitenciária) da Casa de Custódia de Taubaté irá abrigar a maioria dos líderes das rebeliões nas penitenciárias de São Paulo.
Seis dos nove líderes das rebeliões na Penitenciária 2 de Hortolândia e no presídio de Franco da Rocha (Grande São Paulo) foram transferidos para o CRP.
Um outro líder dessas duas rebeliões e os chefes do motim desta semana na penitenciária de Guarulhos (Grande São Paulo) também serão enviados ao CRP de Taubaté (134 km a nordeste de São Paulo).
"Os presos que liderarem rebeliões serão mandados para o CRP e responderão por seus crimes", afirmou o secretário-adjunto da Administração Penitenciária, Antônio Ferreira Pinto.
O CRP é de segurança máxima. Conhecido como "Piranhão", tem capacidade para 160 presos e é anexo à Casa de Custódia. Com a transferência dos líderes de rebeliões, o CRP se transforma numa espécie de Bangu 1, presídio no Rio de Janeiro que reúne os chefes do tráfico de drogas e sequestros.
Nele, os presos não têm direito a visita íntima (fazer sexo com suas mulheres) e ficam em celas individuais, onde trabalham com artesanatos e fazem as refeições.
Os detentos saem em grupos de sete para tomar o banho de sol nos dois pátios da prisão. São mandados para o CRP por decisão administrativa e podem permanecer até dois anos no local.
Entre os líderes dos motins de Hortolândia (110 km a noroeste de São Paulo) e de Franco da Rocha que foram transferidos para o CRT, está Valdir Barros, o "Santista".
Em Hortolândia, em 2 de março passado, Santista assumiu o codinome de "Pavão" para se comunicar com os outros líderes da rebelião por rádios de comunicação tirados dos agentes penitenciários.
Ele e outros oito foram mandados para Franco da Rocha. No dia 3, o grupo liderou outra rebelião, tomando 56 funcionários como reféns. Pediram armas e um carro blindado para fugir e ameaçaram atear fogo nos reféns.
Condenado por roubo e portador do vírus HIV (causador da Aids), Santista e seus companheiros se entregaram após 23 horas de revolta.
(MG)

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