São Paulo, sábado, 15 de abril de 1995
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PIB do México cai 2,3% e inflação sobe 14,5%

FLAVIO CASTELLOTTI
DA CIDADE DO MÉXICO

O Produto Interno Bruto mexicano (soma dos bens e serviços produzidos no país) caiu 2,3% no primeiro trimestre de 95, revela estudo do grupo financeiro Serfin.
Segundo o relatório, a inflação foi de 5,9% em março, o que resulta em uma taxa acumulada de 14,5% nos três primeiros meses do ano. Em 1994, a taxa anual foi de 7%.
O grupo Serfin -um dos mais importantes do setor financeiro mexicano- elabora o estudo a cada três meses.
Para os próximos trimestres, as quedas previstas são ainda mais acentuadas, o que resultaria, segundo o relatório, em uma diminuição de 4,8% no PIB anual.
Para o grupo Serfin, o Plano de Emergência está em sério risco devido aos problemas de liquidez (falta de dinheiro em caixa) das empresas e bancos e à forte contração da demanda interna.
"A retomada do crescimento econômico só se dará em meados de 1996", conclui o estudo.
A Associação de Usuários de Cartão de Crédito informou que cerca de 20% dos cartões de crédito do México apresentam contas vencidas.
O país conta com 6,6 milhões de usuários de cartão. Em média, cada usuário possui 2,56 unidades, o que dá um total de 17 milhões de cartões de crédito.
Desse total, entre 3,5 e 4 milhões estão em moratória de pagamentos, afirma a associação.
A principal causa da inadimplência são as taxas de juros praticadas pelos bancos privados.
Com a aparente estabilidade econômica, nos últimos anos muitos mexicanos contraíram créditos a longo prazo através do cartão.
Agora, com juros ao redor de 80% ao ano, estão impossibilitados de saldar seus compromissos.
A crise econômica mexicana eclodiu em dezembro do ano passado, quando as reservas cambiais do país mostraram-se insuficientes para manter o modelo de ajuste adotado.
O México vinha controlando seus preços com uma larga política de importações, que estava gerando repetidos déficits em sua balança comercial.
Os déficits comerciais eram compensados com a entrada de dinheiro de investidores estrangeiros. Crises políticas e a contínua desconfiança dos investidores na economia do país levaram à rápida saída desses capitais do México.
No momento da crise, em dezembro, o país passou a precisar, praticamente de uma hora para a outra, de cerca de US$ 50 bilhões para fechar suas contas.

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