São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 1995
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Arquivo Nacional enfrenta falta de espaço e falhas no ar-condicionado

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

O maior arquivo do Brasil -o Arquivo Nacional, no Rio, ligado ao Ministério da Justiça- investe em novas técnicas de conservação e busca soluções para dois velhos problemas: a falta de espaço e as falhas do ar-condicionado.
Fundado em 1838, o Arquivo guarda mais de 40 quilômetros de documentos. O acervo de um arquivo é medido em quilômetros, contando-se a espessura dos documentos enfileirados.
São leis, registros de imigração, documentos judiciais e da administração pública desde 1534. O Arquivo Nacional também guarda mapas, fotos, filmes e discos.
O principal problema é a falta de espaço para guardar novos documentos, que hoje estão sendo mantidos em secretarias e órgãos federais extintos.
A direção do arquivo quer apoio da iniciativa privada para realizar um projeto, orçado em R$ 8 milhões, de recuperação dos outros prédios do conjunto arquitetônico.
O orçamento de R$ 16 milhões que o arquivo deve receber este ano já permitiu a abertura de licitação para a troca do sistema de ar-condicionado, que tem mais de 30 anos de idade.
Qualquer falha nos aparelhos consome até um mês de conserto, por causa da dificuldade de encontrar peças. O prédio tem paredes de vidro e nenhuma ventilação.
"Tivemos que alugar refrigeração para o departamento de audiovisual. Este mês vamos instalar nessa área um sistema independente", disse Jaime Antunes, diretor do arquivo.
No departamento audiovisual estão mais de 450 mil fotos do acervo do jornal "Correio da Manhã" (1901-1974), os negativos fotográficos da Agência Nacional e doações de acervos particulares.
O departamento de restauração já utiliza experimentalmente uma técnica de congelamento de documentos em papel para facilitar a desinfecção. Materiais químicos não são mais utilizados.
Os textos mais procurados pelos pesquisadores estão sendo microfilmados. A direção do arquivo quer concluir em dois anos o informatização do banco de dados.
Jaime Antunes disse que considera as condições de conservação "regulares", principalmente por causa do problema de espaço.

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