São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 1995 |
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Acusação de "pirataria' é injusta, diz FHC
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse que "não cabe ao presidente" comentar a acusação de que o Brasil é um "país pirateador de patentes", feita ontem pela indústria farmacêutica dos Estados Unidos. A associação dos produtores de remédios publicou a acusação em anúncio de um quarto de página nos jornais "The Wall Street Journal", o mais influente do país, e "The Washington Post". O anúncio diz que "em sua visita aos EUA esta semana, o presidente Cardoso vai tentar aumentar o apoio financeiro (ao Brasil)" e que "isso não deve acontecer até que o país acabe com a pirataria de patentes". FHC disse: "O anúncio é de uma injustiça muito grande e não é este o pensamento dos EUA que eu ouvi de representantes de grandes empresas que têm interesse no Brasil ou de seu governo". O embaixador do Brasil em Washington, Paulo Tarso Flecha de Lima, enviou carta aos dois jornais na qual afirma que o anúncio levanta "acusações ultrajantes contra o Brasil e contém mentiras deslavadas e falácias que precisam ser rechaçadas". Segundo Jack Valenti, presidente da Associação de Produtores de Cinema dos EUA, que teve audiência com ele, FHC riu quando o anúncio lhe foi mostrado. Valenti disse discordar do anúncio. "Eu não tenho nada, exceto elogios para este presidente", disse Valenti, que é um dos mais influentes lobistas da defesa dos direitos autorais em todo o mundo. FHC disse a Valenti estar otimista em relação às possibilidades de aprovação da Lei de Patentes no Congresso. Ao chegar a Nova York à 1h30 de ontem (2h30 em Brasília), com mais de 90 minutos de atraso, o presidente disse que esperava ver a Lei de Patentes aprovada pela Comissão de Justiça do Senado esta semana. (CELS) Texto Anterior: Presidente se adianta a críticas Próximo Texto: Empresários mantêm receios Índice |
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