São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Força realiza 1ª manifestação pró-reforma

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Força realiza 1ª manifestação pró-reforma
A primeira manifestação pró-reforma da Constituição reuniu ontem, em frente ao Congresso Nacional cerca de 2.000 pessoas, segundo a Polícia Militar. A central Força Sindical, organizadora da manifestação, calculou que reuniu cerca de 5.000 pessoas.
Cada manifestante ganhou R$ 30 para ir à capital, além do transporte por ônibus. Dirigentes viajaram de avião. Às 18h20 os manifestantes acenderam tochas e se espalharam pelo gramado formando a mensagem "Força, Brasil, Reforma, já".
A última manifestação anti-reformas, realizada dia 5 de abril e patrocinada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), rival da Força Sindical, reuniu 20 mil, segundo os sindicalistas, e 12 mil, pelos cálculos da PM.
O custo total da manifestação de ontem, orçada em R$ 500 mil, foi bancado pelos sindicatos. O dinheiro daria para pagar um salário mínimo, por um ano, para 549 trabalhadores.
Paulo Pereira da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, disse que o dinheiro entregue aos manifestantes serviu para a alimentação.
A primeira manifestação da CUT, realizada no dia 22 de março, teve alimentação e hospedagem custeada pelo governador do DF, Cristovam Buarque (PT).
O protesto de ontem foi uma "salada" de opiniões. Alguns sindicatos esticaram faixas contra o fim dos monopólios enquanto outros defendiam que as empresas continuassem nas mãos do Estado.
Muitos manifestantes mal sabiam o motivo da manifestação da qual participaram em Brasília.
Reginaldo Aureliano da Silva, 29, afirmou: "Vim por causa do dinheiro". Ele se disse filiado ao Sindicato da Industria do Açúcar em Taquaritinga (335 km a noroeste de São Paulo). Afirmou ganhar R$ 7 por dia.
"Valeu a pena para conhecer a cidade", disse Luiz Antônio da Silva, 37, do sindicato da alimentação da região de Tapiratiba (290 km ao norte de São Paulo). "A manifestação é coisa deles, lá da liderança."
Propostas
O presidente licenciado da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros, apresentou ao governo uma proposta para a manutenção do sistema de aposentadoria por tempo de serviço. Pela proposta, existiria uma carência de dez anos para que mudanças no sistema previdênciário vigorassem.
A Força promoveria manifestações públicas de apoio às reformas se o governo adotasse as propostas da entidade.
A entidade, que reúne mil sindicatos e que representa 8 milhões de trabalhadores, anunciou a criação de um bônus para financiar manifestações. Vendidos a trabalhadores e empresários, eles variam de R$ 1 a R$ 10 mil.

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