São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 1995 |
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Serra reafirma privatização de teles Ministro José Serra durante exposição na comissão DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O governo federal só espera a aprovação da emenda constitucional sobre o monopólio das telecomunicações para iniciar um processo de privatização das empresas subsidiárias da Telebrás, como a Telesp."Vamos regionalizar e depois privatizar. Por que não?", defendeu ontem o ministro do Planejamento, José Serra, durante audiência pública na Comissão Especial de Telecomunicações do Congresso. O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, disse que a telefonia celular, transmissão de dados e comunicação por satélite serão as primeiras áreas que serão abertas à exploração pela iniciativa privada, caso o Congresso flexibilize o monopólio. Segundo Motta, o setor de telefonia convencional terá de "esperar um pouco mais" devido à necessidade de "reorganizar as teles" (empresas telefônicas dos Estados). Serra preside o Conselho Nacional de Desestatização, órgão encarregado de traçar a política de privatizações. Conforme Serra, a intenção do governo Fernando Henrique Cardoso é fazer com que sejam vendidas à iniciativa privada inclusive empresas controladas pelos Estados. Já a Embratel deve continuar sob o controle da União. A Telebrás, empresa controladora das demais, deve se transformar em órgão regulador e fiscalizador do sistema. A regionalização citada pelo ministro visa a reduzir o número de empresas de telecomunicações, hoje 27. Ao defender a emenda apresentada pelo governo, José Serra esclareceu que ela não acaba com o monopólio. Afinal, a União continuará a deter o poder concedente dos serviços de telecomunicações. Motta O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, disse que espera "ainda este ano abrir diversas concorrências para telefonia celular, dados e satélite". O ministro não disse em quanto tempo o governo espera abrir o setor de telefonia convencional. "As teles não têm condições de competir", afirmou Motta. Segundo ele, o processo de "reorganização das teles" irá reagrupá-las em "seis ou oito empresas". O ministro disse, no entanto, que não se trata de regionalização das teles. O processo também inclui o realinhamento das tarifas de telefonia. Segundo Motta, as chamadas locais estão com preços abaixo do que deveriam ter. A Folha apurou que o governo deverá aumentar o valor destas tarifas. Motta afirmou que o governo poderá manter a participação minoritária nas teles mesmo depois de privatizá-las. Texto Anterior: Bancos poderão virar postos eleitorais em 96 Próximo Texto: Sem-terra desocupam fazenda invadida em SP Índice |
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