São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 1995
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Brasil dirá aos EUA que Sivam ainda é incerto

GILBERTO DIMENSTEIN
DO ENVIADO ESPECIAL

O chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Ronaldo Sardenberg, chegou a Nova York com uma notícia desagradável aos EUA: não sabe quando o contrato do Sivam, o Sistema de Vigilância ds Amazônia, será assinado.
Não pode sequer afirmar que, de fato, será assinado. "Só me resta esperar. Não tenho nada a fazer", afirmou ontem à Folha.
O Sivam é um projeto estimado em U$ 1,1 bilhão, previsto para ser tocado por uma empresa americana. O Governo dos EUA fez lobby para que uma empresa do país ganhasse a concorrência.
O projeto estava prestes a ser assinado antes da viagem de FHC aos EUA. Ele chegou a dizer que não via nenhuma irregularidade no projeto e deveria assiná-lo.
Até que surgiu a denúncia de que a Esca, empresa que vai cuidar da operação do projeto e teve papel decisivo na concorrência, teria fraudado a Previdência Social.
Mais assuntos, além do Sivam, estão em sua pasta e têm forte relação com os EUA. O governo norte-americano mostrou disposição de aumentar a colaboração na área nuclear e espacial.
Os EUA se recusavam a transferir tecnologia ao Brasil devido ao temor de que acabassem por ajudar países do Oriente Médio, decididos a fazer a bomba.
Esse tipo de cooperação é acompanhado por mais um ministro da comitiva: Israel da Vargas, da Ciência e Tecnologia.
Em Juiz de Fora (MG), o ex-presidente Itamar Franco, 64, defendeu ontem a suspensão do Sivam caso seja confirmada a suspeita de fraude envolvendo a Esca.
"Se o governo encontrar qualquer irregularidade, o presidente Fernando Henrique não deve assinar o contrato", disse Itamar.

Colaborou Agência Folha, em Juiz de Fora

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