São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 1995
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Stephanes contesta auditoria

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relatório da auditoria feita pelo TCU (Tribunal de Contas da União) nas contas da Previdência Social, que apontou superávit (resultado positivo) de R$ 1,8 bilhão no caixa no ano passado, provocou polêmica, ontem, na Câmara dos Deputados.
Antes de saírem em defesa do presidente Fernando Henrique Cardoso e do ministro Reinhold Stephanes (Previdência), os líderes dos partidos que apóiam o governo no Congresso tiveram de ser convencidos pelo ministro de que a auditoria do TCU é "uma interpretação equivocada do números".
O ministro rebateu as informações da auditoria e concentrou esforços para conquistar apoio ao projeto de lei que aumenta o salário mínimo para R$ 100 em maio e reforça o caixa da Previdência.
"Tem gente que não conhece e está brincando com números", afirmou Stephanes para explicar a informação dos auditores do TCU sobre o superávit nas contas da Previdência.
Argumentando que os dados do relatório não são novos, o vice-líder do governo na Câmara, Benito Gama (PFL-BA), bradava contra o "vazamento" da auditoria para a imprensa.
"O relatório não foi sequer votado pelo tribunal. É uma irresponsabilidade soltar uma bomba destas às vésperas da votação do salário mínimo", afirmou Gama.
Maciel e TCU
A divulgação do relatório também provocou reação do Palácio do Planalto. O presidente da República em exercício, Marco Maciel, foi o responsável pela convocação da entrevista concedida, ontem de manhã, pelo presidente do TCU, Marcos Villaça, às emissoras de televisão.
Na entrevista, Villaça procurou diminuir o impacto do relatório. Disse às emissoras de TV que o relatório "é confiável", mas ressaltou que é parcial e não tem caráter conclusivo, tendo que ser submetido ainda à plenária do TCU no dia 3 de maio.
Em nota divulgada no final da tarde de ontem, o TCU afirmava que o relatório "é técnico e de natureza instrutiva".
A participação de Maciel na entrevista de Villaça foi confirmada pela assessoria de imprensa do TCU.
Mais tarde, a assessoria afirmou que não sabia quem havia sido o responsável pela convocação da entrevista, que excluiu os jornais e emissoras de rádio.

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